Avivamento ou aviltamento?

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Por Antônio Pereira Jr.

Estas duas palavras são parecidas, porém, divergentes. Temos visto que, na igreja hodierna, elas misturam-se na mente do povo de Deus. Infelizmente, muitos não conseguem distinguir uma da outra.

Deixe-me dar a definição de ambas. John Stott define avivamento ou reavivamento como: “… uma visitação inteiramente sobrenatural do Espírito soberano de Deus, pela qual uma comunidade inteira toma consciência de Sua santa presença e é surpreendida por ela. Os inconversos se convencem do pecado, arrependem-se e clamam a Deus por misericórdia, geralmente em números enormes e sem qualquer intervenção humana. Os desviados são restaurados. Os indecisos são revigorados. E todo o povo de Deus, inundado de um profundo senso de majestade divina, manifesta em suas vidas o multifacetado fruto do Espírito, dedicando-se às boas obras” (A verdade do Evangelho, p. 119).

Creio que Deus pode, e frequentemente o faz, operar uma grande reavivamento em nossos dias para reavivar a igreja que está dia-a-dia descendo ladeira abaixo empurrada pelo vento do modernismo, da falta de firmeza doutrinária, da escassez de uma santidade impactante e não legalista. E que isso, na realidade, é necessário e urgente. Não obstante, muito do que se vê por ai não passa de descarado aviltamento.

Já a palavra “aviltamento” significa: vileza, desonra, ignomínia, descrédito, vergonha. A maioria dos “avivamentos” que existem por ai não passa de aviltamento. Verdadeira vergonha de um pseudo-evangelho, uma pseudo-salvação. Verdadeira infâmia contra a santidade de nosso Deus maravilhoso.

Vários períodos da história da Igreja pós-apostólica foram marcados por reavivamentos maravilhosos, onde Deus usou soberanamente homens falíveis para uma proclamação das verdades de um Deus infalível. Por exemplo: A Reforma Protestante (John Wycliffe, Lutero, Calvino, Knox), Reavivamento Morávio (conde Zinzendorf), o Grande Reavivamento do séc. XVIII (John Wesley, Charles Wesley e Jorge Whitefield), Reavivamento Americano de 1725 e 1760 (Teodoro Fredinghuysen e Jônatas Edwards), só para citar alguns.

Todos os despertamentos históricos foram marcados em contraposição por desvios e abusos que tentaram passar por avivamento, mas que nada mais eram que aviltamento. Gostaria de falar, em breves palavras, sobre o que NÃO é reavivamento espiritual: 

· Reavivamento não é simplesmente agendar programações, promover campanha evangelística, retiros, etc. O Espírito Santo de Deus age como Ele quer e não segundo as nossas concepções e agendamentos humanos. “O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai…” (João 3:8 a). 

· Reavivamento não é assistir “Louvorzão”. Realizar encontros de jovens e reuniões de avivamento. Não é animação no culto. Participar de uma “coreografia santa” não é reavivamento. Pessoas podem dar amém na hora certa, levantar as mãos para o céu, chorar, cair, mas essas coisas não querem dizer que haja verdadeiramente um mover do Espírito. 

· Reavivamento não é linguajar religioso. “Tome posse da bênção”; “Eu decreto”; “Tá amarrado”. São essas as frases, dentre tantas outras, que os cristãos brasileiros estão usando como mantras espirituais dentro das igrejas. O linguajar tem que ser este. Quem não anda por essa cartilha é taxado de cru. Isso é inconcebível. 

. Reavivamento não é praticar um “pentecostalismo descompromissado”. Em Mt 7. 22 – 23 está uma advertência séria com relação a práticas tão populares hoje. Veja o texto: “Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade”. Veja que “igreja” maravilhosa. Existia profecia: “não profetizamos nós em teu nome?”. Existia exorcismo: “não expulsamos demônios?”. Existiam curas e milagres: “não fizemos muitas maravilhas?”. Contudo, Deus os reprovou! A advertência é séria: “Nunca vos conheci”. Em outras palavras: “Vocês não são dos meus”. O problema é que essas pessoas irão descobrir isso muito tarde. Espero que você não seja uma delas. 

· Reavivamento não é mudar os costumes. – Mt 23. O próprio texto de Mateus 23 é contundente. Fala por si. “Então falou Jesus à multidão, e aos seus discípulos, dizendo: Na cadeira de Moisés estão assentados os escribas e fariseus. Todas as coisas, pois, que vos disserem que observeis, observai-as e fazei-as; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não fazem; Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; eles, porém, nem com o dedo querem movê-los; E fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens; pois trazem largos filactérios, e alargam as franjas das suas vestes, e amam os primeiros lugares nas ceias e as primeiras cadeiras nas sinagogas, e as saudações nas praças, e o serem chamados pelos homens; Rabi, Rabi. Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi, porque um só é o vosso Mestre, a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos. E a ninguém na terra chameis vosso pai, porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus. Nem vos chameis mestres, porque um só é o vosso Mestre, que é o Cristo. O maior dentre vós será vosso servo. E o que a si mesmo se exaltar será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado”. (v. 1-12). Conheço várias pessoas que poderiam encaixar-se perfeitamente nessas advertências. Lembrem-se: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas!” 

· Reavivamento não é mudar de teologia. As pessoas mudam de doutrinas como se muda de roupa. Não existem raízes. São como uma folha seca levada pelo vento. Basta surgir um propagador de bênçãos e ele estará lá. Não se questiona nada, o importante é sentir. Chamo isso de “sensitividade herética”. Charles Spurgeon já advertia a igreja a mais de cem anos atrás: “As pessoas dirão: ‘Gostamos desta forma de doutrina e gostamos também da outra’. Mas o fato é este: eles gostariam de qualquer coisa, desde que um enganador esperto lhes apresentasse isso de uma maneira aceitável. Eles admiram Moisés e Arão, mas não diriam uma palavra contra Janes e Jambres. Não devemos ser cúmplices daqueles que visam criar esta mentalidade. Temos de pregar o evangelho de modo tão distinto que o nosso povo saiba aquilo que estamos pregando. ‘Se a trombeta der som incerto, quem se preparará para a batalha?’ (1Co 14.8). Tenho ouvido dizer que uma raposa, que é perseguida muito de perto pelos cães, finge ser um deles e corre com eles. É isso que alguns estão desejando agora: que as raposas pareçam cães. Existem pregadores dos quais é difícil dizer se são cães ou raposas; contudo os homens não podem ter dúvidas sobre as coisas que ensinamos ou cremos”. – Charles Spurgeon. (1834 – 1892)

Spurgeon também dizia: “Nada há de novo na teologia. Exceto o que é errado”. Ou seja, a teologia bíblica é aquela pregada por Paulo, Pedro, João etc. São as “velhas doutrinas” que fazem bem a alma e salva o pecador. 

· Reavivamento não é algazarra eclesiástica. O que temos visto em muitos arraiais não passa de algazarra eclesiástica. Há muito pulo, gritos, meneios, mas pouca santidade prática. Pouco compromisso com a obra de Deus. Quase nenhuma intenção de evangelizar os povos que ainda não ouviram o evangelho de Cristo. Ninguém quer sair de suas cadeiras confortáveis para lugares inóspitos. Isso me lembra uma velha fábula: “Era uma vez quatro pessoas que se chamavam “Todomundo”, “Alguém”, “Qualquerum” e “Ninguém”. Havia um importante trabalho a ser feito e “Todomundo” acreditava que “Alguém” iria executá-lo. “Qualquerum” poderia fazê-lo, mas “Ninguém” o fez. “Alguém” ficou aborrecido com isso, porque entendia que sua execução era de responsabilidade de “Todomundo”. “Todomundo” pensou que “Qualquerum” poderia executá-lo, mas “Ninguém” imaginou que “Todomundo” não o faria. No final da história; “Todomundo” culpou “Alguém” quando “Ninguém”, fez o que “Qualquerum” poderia ter feito”. Pense nisso quando tiveres que fazer algo na Obra de Deus. 

· Reavivamento não é crescimento do número de membros. Penso que um dos maiores problemas da igreja nesses últimos tempos é o inchamento de livros de registro de membros. Pelo simples fato de que, na grande maioria das vezes, colocam-se pessoas no rol de membros da Igreja local, quando ela não pertence à Igreja Universal de Cristo. Hoje, mais do que nunca, as igrejas estão cheias de pessoas não convertidas, o que gera uma igreja cancerosa, morta, inoperante. Que Deus tenha misericórdia de nós. 

Afinal, o que caracteriza o verdadeiro reavivamento?

Algumas marcas podem ser detectadas nos verdadeiros reavivamentos trazidos por Deus através da história. Além das características que John Stott nos apresenta em sua definição acima, gostaria de traçar alguns breves e limitados pontos no que concerne ao verdadeiro reavivamento: 

A) O verdadeiro reavivamento traz toda honra a Deus. A figura humana não aparece, Deus é que é admirado. Os holofotes estão em Deus, em Sua pessoa, Seu caráter, Sua santidade, Seu poder, Sua honra e Sua glória. O arbítrio humano dá lugar à soberania divina. O homem reconhece que não passa de “um caco de barro no meio de outros cacos” – Isaías 45:9

Edwards disse que: “nenhum avivamento ou experiência religiosa é genuína se não realçar esse Deus sublime em sua soberania, graça e amor”. Ele advertiu contra dois grandes erros no avivamento. Primeiro, o mero emocionalismo. Segundo é dar ênfase não a Deus, mas às respostas humanas. O reavivamento que não se preocupa com a glória suprema de Deus não é reavivamento é aviltamento.

Alguns líderes quando estão falando de Deus, geralmente procuram incutir na mente das pessoas aquilo que Deus jamais diria. Eles dizem: “Deus vai fazer isso amanhã”; “No próximo culto Deus vai operar e vai batizar, curar, etc”; “Vamos fazer uma semana de reavivamento e vocês irão ver Deus fazendo maravilhas”.

Não estou dizendo que Deus não pode fazer, Ele faz o que quiser e não pede licença ao homem. O que estou dizendo é que Deus não trabalha de acordo com a agenda humana. Lamento informar, mas Deus não nos deu a Sua agenda de amanhã, muito menos da semana que vem. 

B) O verdadeiro reavivamento expõe as verdades antigas do evangelho. Avivamento sem retorno às verdades da Palavra de Deus não passa de aviltamento. Charles Spurgeon certa vez disse o seguinte: “Nada há de novo na teologia, exceto o que é errado”. 

C) O verdadeiro reavivamento leva os cristãos à profunda santidade. Consequentemente a Igreja cresce em quantidade e qualidade. A primeira não fica em detrimento a segunda.

É verdadeira mudança no comportamento. 

D) O verdadeiro reavivamento traz abertura, convicção, quebrantamento, confissão e arrependimento do pecado. É descoberta toda podridão do coração depravado do homem, ele sente a nojeira do pecado e é levado a refugiar-se na graça de Cristo.

Grande parte dos cristãos de hoje não sabem nada sobre o pesar do coração em contrição à santidade de Deus. Os puritanos falavam de “agonizar pelo peso do pecado”.

“Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração: prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno. Salmo” – 139:23,24. 

E) O verdadeiro reavivamento traz uma nova vida à ação missionária da Igreja. Reacende a chama por missões. O amor ao perdido é reanimado pela ação irresistível do Espírito Santo.

Traz mudança na sociedade em que a Igreja está inserida. Amados, tenhamos cuidado para não querermos “produzir reavivamento” no intuito de agradar aos homens, granjear ovações e considerações que não servem para nada, senão, para acariciamento do ego e inchamento da nossa natureza carnal. Lembrem-se: “… uma visitação inteiramente sobrenatural do Espírito soberano de Deus”.

Nenhum homem pode “produzir” reavivamento. Todo “reavivamento” produzido pelo homem é, sem sombra de dúvidas, aviltamento. Espero que você tenha sido abençoado por estas breves considerações.

Vigiemos para que nosso “avivamento” não se torne em aviltamento a Deus, a quem devemos dar toda honra, toda glória e todo louvor. Como nos diria João Batista: “Importa que Ele cresça e que eu diminua” – João 3:30

Clamemos como o salmista: “Porventura, não tornarás a vivificar-nos, para que em ti se regozije o teu povo?” – Salmo 85.6.

Fonte: NAPEC

Em Defesa de uma Moralidade Legislada

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Por Mark R. Rushdoony

Um dos mitos mais absurdos do nosso tempo é que “você não pode legislar moralidade”. Nada poderia estar mais longe da verdade. Toda lei é uma moralidade legislada.

Leis são promulgadas para proteger pessoas e propriedades ou para promover a saúde e a segurança. Leis dizem que algo é bom, então a sociedade a protegerá, ou que algo é mau, e portanto será regulado ou punido. Leis contra roubo e assassinato são declarações morais sobre o direito à propriedade privada e sobre a santidade da vida. Até mesmo um sinal de PARE é uma lei moral. Um sinal de PARE diz que você não tem o direito de arriscar a vida de outras pessoas por dirigir de maneira imprudente. Muito tem sido dito em anos recentes sobre aborto e atividades homosseuxais como passando de um pedido de aceitação para um status legal favorecido. Isso é verdadeiro e representa uma progressão lógica. Primeiro, o homossexualismo e o abordo foram exigidos como direitos, isto é, a moralidade como vista pela lei foi buscada e adquirida. Então, favores e proteções para o que a lei considera moral e digno de proteção têm sido progressivamente exigidos e concedidos. A exigência da liberação do casamento gay é baseada nos “direitos” concedidos pela decisão moral anterior.

Não podemos legislar pessoas morais, mas legislaremos moralidade. Leis contra roubo e assassinato nunca foram feitas para tornar alguém melhor, nem pretendem fazê-lo. Elas têm o intuito de dissuadir as pessoas imorais de um comportamento imoral por meio do medo da justiça. Nem parar num sinal de PARE faz você uma pessoa moral; o intuito não é torná-lo moral, mas fazer você dirigir de uma forma que proteja a vida e propriedade dos outros. Os magistrados, diz o apóstolo Paulo, devem ser um terror para os malfeitores; seu propósito é controlar as pessoas que querem fazer o que a lei diz ser errado.

Não é apenas o anti-cristianismo de fora que é o nosso problema hoje; estamos também lutando contra o elemento anti-lei de Deus (antinomiano) que tem atacado o Reino de Deus dentro dos seus próprios portões.

A moralidade sobre a qual nossas leis são baseadas são sempre religiosas em natureza. A ética moral de um cristão será diferente daquela de um humanista, ou hindu, ou muçulmano. Quando mudamos de religão, nossa moralidade mudará e nossas leis eventualmente reflitirão isso. Temos visto uma mudança progressiva da fé e lei cristã para uma lei mais vigorosamente humanista em décadas recentes.

O inverso também é verdade. Quando mudamos nossa moralidade, estamos mudando nossas pressuposições religiosas, e nossa própria religião é mudada. Não é apenas o anti-cristianismo de fora que é o nosso problema hoje; estamos também lutando contra o elemento anti-lei de Deus (antinomiano) que tem atacado o Reino de Deus dentro dos seus próprios portões.

Todos cremos na lei, de forma que todos cremos em legislar moralidade. Eu creio na moralidade de Deus. Em qual moralidade você crê?


- Sobre o autor: O Rev. Mark R. Rushdoony, filho do falecido R. J. Rushdoony, é o atual presidente da Chalcedon Foundation.
Fonte: Chalcedon Foundation
Tradução: Felipe Sabino – março de 2012.
Via: Monergismo

@Prlucinho Cheira a bíblia e gera polêmica. #DementesporCristo ?

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Pastor Lucinho aparece 'cheirando' Bíblia em convite a culto (Foto: Missão Evangélica Praia da Costa/Divulgação) 

Por Wagner Lemos

Mais uma bizarrice desse mundo gospel! Dessa vez, patrocinado pelo Pr. Lucinho Barreto que leva o famigerado slogan: "Louco por Jesus"... Mas parece que a loucura está cada dia pior... Para mim esse Lucinho (que me recuso a chamar de pastor) já passou da hora de ir para o hospício.

Sabem de que igreja ele é??? Igreja Batista da Lagoinha.

Por acaso o Pr. Márcio Valadão não tem ciencia de bizarrices e falta de respeito como essa?

O pastor presidente da Missão Evangélica Praia da Costa, Simonton Araújo comenta:  "A ideia da imagem é mostrar que a Bíblia dá mais prazer do que qualquer droga. Nosso objetivo não é alcançar os já cristãos. É alcançar os que estão longe. Tirar as pessoas do lugar onde a maioria está, nas drogas, no vício, para dentro dos princípios de Deus, onde há prazer e alegria de verdade"

Caro pastor, métodos carnais atrai apenas pessoas carnais! Que não querem compromisso com Deus. Imagem como essa tem apenas um resultado: Ridicularizar a sociedade Cristã.

Não que eu esperava algo desse dito "pastor", afinal em um dos seus surtos de loucura quebrou uma guitarra no altar.


Para mim ou ele é Louco mesmo ou anda cheirando outra coisa que posso garantir que não é a bíblia!

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Como Mudar sua Igreja

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Por Mark Dever

Pastores sempre me perguntam: "Como fazer para que minha igreja mude?" Muitos ministros têm alienado suas igrejas na tentativa de promover mudança, a tal ponto de alguns serem afastados do ministério.

Mesmo assim, como pastores, temos de levar nossas igrejas a mudanças, muito embora isto seja difícil. Aqui estão algumas sugestões sobre como promover mudança: ensinar, permanecer e amar.

Ensine a mudar

Primeiro, as ideias a serem aplicadas em nossas igrejas deveriam vir das Escrituras. Isso faz do púlpito a ferramenta mais poderosa para mudar uma igreja. A pregação expositiva constante é um meio que o Espírito Santo normalmente usa para falar aos corações humanos.

Ore para que através de sua pregação, Deus venha a ensinar a igreja como ela precisa mudar. É impressionante a frequência com que nós, pastores, queremos consertar os problemas, antes de termos tempo para explicá-los!

Muitos pastores tentam forçar a mudança em suas igrejas - quase sempre defendendo tais medidas como atribuição da liderança - quando deveriam informar a igreja a respeito da mudança pretendida. Irmãos, devemos alimentar o rebanho confiado ao nosso cuidado e não bater nele. Ensinem o rebanho.

Mesmo que a mudança que você vislumbra seja correta, ainda há a questão de o tempo ser ou não adequado. Ser correto não é uma licença para uma ação imediata, o que me leva ao segundo ponto.

Permaneça para mudar


A ideia de se comprometer com um lugar está desaparecendo, tanto no local de trabalho quanto no lar. O modelo para as gerações mais jovens não é como uma escada corporativa pré-fabricada, com passos cuidadosamente limitados, e sim como o mosaico da rede mundial (world-wide web), com alternativas e opções, parecendo espalhar-se infinitamente. Assim, somos ensinados a valorizar experiências variadas, entendendo cada uma como um enriquecimento para a outra.

Nós, pastores, precisamos estabelecer um modelo diferente em nossas igrejas. Precisamos ensinar-lhes que compromisso é bom, quer seja para com nosso casamento, família e nossa fé, ou nossa igreja e nossa vizinhança. É sob a luz de tais compromissos a longo prazo (não pensando em termos de meses, mas de décadas) que podemos ajudar nossa igreja a encontrar suas prioridades certas.

Como um pastor, seu maior poder de ajudar sua congregação a mudar não vem da força de sua personalidade, mas através de anos de ensino fiel e paciente. Mudanças que não acontecem neste ano podem vir no ano seguinte, ou em dez anos.

Para este fim, escolha suas batalhas com sabedoria, cuidadosamente, priorizando uma mudança necessária após a outra. Quais mudanças escolhidas são as mais necessárias e mais urgentes? Qual delas pode esperar? Falando de modo geral, os pastores precisam aprender a pensar de uma maneira madura e a longo prazo.

Pastorados longos também ajudam o pastor. Eles o impedem de se tornar um portador de novas ideias, colocando-as em prática por dois ou três anos e, depois desse tempo, ter de mudar-se para colocá-las em prática em outro lugar. Geralmente, quanto mais tempo ficamos, mais realistas temos de ser - e isso é bom para nossa própria alma e para aqueles a quem servimos.

A chave para uma mudança é ficar em uma igreja o tempo suficiente para ensinar a congregação. Se você não planeja ficar, então tenha cuidado antes de começar algo que o próximo pastor terá de terminar. Não deixe a congregação tornar-se insensível com você ou com o seu sucessor, ou mesmo contra a mudança necessária.

Quando eu era um jovem seminarista, adotei três clérigos anglicanos, de Cambridge, como meus modelos. Todos tinham ministérios onde pregavam expositivamente em seus púlpitos, durante muitos anos - Richard Sibbes (em Cambridge e Londres, por 30 anos), Charles Simeon (em Cambridge, por mais de 50 anos), e John Stott (em Londres, por mais de 50 anos). Pela graça de Deus, estes três pastores construíram as igrejas onde serviam, e tiveram efeito sobre a emergente geração ministerial, mediante sua longa fidelidade.

Ame para mudar

Para desejar as mudanças corretas, ensinar sobre elas, e ficar tempo suficiente, você tem de amar. Você tem de amar o Senhor e amar o povo que Ele lhe confiou.

Clemente de Roma disse: "Cristo pertence aos humildes de coração, e não àqueles que se exaltam sobre o seu rebanho". Do amor procede o cuidado paciente que, continuamente, dirige a congregação para a Palavra de Deus.

Jonathan Edwards não foi um pastor menos fiel somente porque sua congregação o demitiu. Alguns de nós tivemos pastorados curtos e fiéis. Mas este tipo de pastorado não é minha preocupação aqui. Com este breve artigo, simplesmente tentei levantar em sua mente algumas ideias de como você pode - ensinando, permanecendo e amando - levar sua congregação à mudança bíblica.


O leitor tem permissão para divulgar e distribuir esse texto, desde que não altere seu formato, conteúdo e / ou tradução e que informe os créditos tanto de autoria, como de tradução e copyright. Em caso de dúvidas, faça contato com a Editora Fiel. 

- Sobre o autor: Mark Dever é pastor da Igreja Batista de Capitol Hill, no distrito de Washington; fundador do ministério 9Marcas e um dos organizadores do ministério Juntos Pelo Evangelho; conferencista internacional e autor de vários livros, incluindo os livros "Nove Marcas de Uma Igreja Saudável","Refletindo a Glória de Deus" e "Deliberadamente Igreja", todos publicados em português pela Editora FIEL.

Fonte: Editora Fiel
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Por que eu não creio em apóstolos contemporâneos

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Por Ruy Marinho



Há quem defenda que nos dias de hoje Deus tem levantado uma geração apostólica, restaurando “ministérios perdidos” durante séculos através de novos apóstolos, supostamente com os mesmos poderes (e até maiores) que os escolhidos por Jesus na igreja primitiva. Muitos deles chegam a declarar novas revelações extrabíblicas, curas e milagres extraordinários, liberando palavras proféticas e unções especiais, vindas diretamente do “trono de Deus” para a Igreja. Seus seguidores constantemente ouvem o termo “decretos apostólicos”, dos quais afirmam que uma vez proclamados por um apóstolo, há de se cumprir fielmente a palavra profética, pois o apóstolo é a autoridade máxima da igreja, constituído diretamente por Deus com uma unção especial diferenciada dos demais membros.

No site de uma "conferência apostólica" ocorrida há alguns anos, narraram a seguinte declaração de um apóstolo contemporâneo: “A segunda noite de mover apostólico invadiu os milhares de corações presentes nesta segunda noite de Conferência Apostólica 2006. Com a ministração especial do Apóstolo Cesar Augusto a respeito do “Ser Apostólico”, todos ficaram impactados com mais esta revelação vinda direto do altar do Senhor para seus corações. Ser Apostólico é valorizar a presença de Deus, é ser fiel, é crer que Deus pode transformar, é ter uma unção especial para conquistar o melhor da terra e, por fim, é crer que Deus age hoje em nossas vidas. [...] Todos saíram do Ginásio impactados por esta revelação, saíram todos apostólicos prontos para conquistar o Brasil e o mundo para Jesus.” [1]

Peter Wagner, um defensor do apostolado contemporâneo, define o dom de apóstolo nos dias de hoje da seguinte forma: "O dom de apóstolo é uma habilidade especial que Deus concede a certos membros do corpo de Cristo, para assumirem e exercerem liderança sobre um certo número de igrejas com uma autoridade extraordinária em assuntos espirituais que é espontaneamente reconhecida e apreciada por estas igrejas. A palavra chave nesta definição é AUTORIDADE, pois isto nos ajuda a evitar um erro muito comum que as pessoas fazem ao confundirem o dom do apóstolo com o dom de missionário." [2]

Com estas declarações, podemos deduzir logicamente duas coisas: Ou o ministério apostólico contemporâneo é uma realidade na Igreja nos últimos dias, ou estamos diante de uma grande distorção bíblica, na qual precisa ser rejeitada e combatida urgentemente. Se a primeira hipótese estiver correta, então, obviamente não devemos questioná-los, além de aceitar como verdade de Deus tudo o que vier dos mesmos. Caso contrário, resta-nos rejeitar totalmente as palavras e as reivindicações proféticas desses apóstolos contemporâneos por serem antibíblicas.

Para ter plena certeza do que se trata, não existe alternativa a não ser partir para a análise bíblica, pois a Palavra de Deus é a nossa única regra de fé e conduta, base normativa absoluta para toda e qualquer doutrina. Portanto, da mesma forma que os bereianos de Atos 17:11 fizeram quando receberam as palavras do Apóstolo Paulo, devemos também analisar a questão sob à luz das escrituras.

A primeira pergunta que devemos fazer é: existem apóstolos nos dias de hoje? Para chegar à resposta, primeiramente precisamos entender quem foram os apóstolos na igreja primitiva. Para tanto, é necessário verificar o fator etimológico da palavra Apóstolo. Biblicamente, essa palavra significa “enviado, mensageiro, alguém enviado com ordens” (grego = 
ἀποστέλλω / apostolos), é utilizada no Novo Testamento em dois sentidos: 1º - Majoritariamente de forma técnica e restrita aos apóstolos escolhidos e instruídos diretamente por Cristo; 2ª - Em sentido amplo, para casos de pessoas que foram enviadas para uma obra especial. Neste último, a palavra utilizada provém da correlação verbal do substantivo “apóstolo” e o verbo em grego “enviar” (grego = apostello).[3] Das 81 vezes que a palavra apóstolo e suas derivações aparecem no texto grego do Novo Testamento, 73 vezes é utilizada no sentido restrito ao grupo seleto dos 12 apóstolos de Cristo, apenas 7 vezes no sentido amplo (Jo 13:16, 2Co 8:23, Gl 1:19, Fl 2:25, At 14:4 e 14, Rm 16:7) e uma vez para Jesus Cristo em Hb 3:1. [4]

Podemos perceber que, em tese, qualquer pessoa que é “enviada” para um trabalho missionário é um apóstolo. Porém, os problemas aparecem quando alguém propõe para si a utilização do termo no sentido restrito ao ofício de apóstolo.

Biblicamente, havia duas qualificações específicas para o apostolado no sentido restrito: 1ª – Ser testemunha ocular de Jesus ressurreto (Atos 1:2-3, 1:21-22, 4:33 e 9:1-6; 1Co 9:1 e 15:7-9); 2º - Ter recebido sua comissão apostólica diretamente de Jesus (Mt 10:1-7, Mc. 3:14, Lc 6:13-16, At 1:21-26, Gl 1:1 e  1:11-12 ). Estes fatos leva-nos a questionar: quem comissionou os apóstolos contemporâneos?

Depois da ressurreição, Jesus apareceu aos apóstolos comissionados por ele próprio e também para várias pessoas, sendo Paulo o último a vê-lo: “Depois foi visto por Tiago, mais tarde, por todos os apóstolos e, afinal, depois de todos, foi visto também por mim, como por um nascido fora de tempo. Porque eu sou o menor dos apóstolos...” (1Co 15:7-9). No grego, as palavras “depois de todos” é eschaton de pantwn, que significa literalmente “por último de todos”. [5]

Paulo foi o último apóstolo comissionado por Jesus (At 9:1-6). Posteriormente, não encontramos base bíblica para afirmar que exista uma sucessão ou restauração ministerial de apóstolos. Todas as tentativas para justificar uma suposta restauração do ofício apostólico nos dias de hoje partiram de interpretações alegóricas, isoladas e equivocadas de textos bíblicos.[6] Na história da igreja, não temos nenhum grande líder utilizando para si o título de apóstolo. Papias e Policarpo, que eram discípulos dos apóstolos e viveram logo após o ministério apostólico, não utilizaram esse título. Nem mesmo grandes teólogos e pregadores da história como Agostinho, Calvino, Lutero, Wesley, Whitefield, Spurgeon - entre tantos outros, utilizaram para si o título de apóstolo.

Os apóstolos tiveram um papel fundamental para o estabelecimento da Igreja. Nesta construção eclesiástica, Jesus foi a pedra angular e o fundamento foi posto pelos apóstolos e profetas, conforme descrito em Efésios 2:19-20: “Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular”. Esta passagem é o contexto direto de Efésios 4:11 “E Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres”. Ora, se já temos o alicerce pronto, qual a necessidade de construí-lo novamente? Na verdade não há possibilidade, pois tudo o que vier posteriormente deverá ser estabelecido sobre esta base, conforme alertado pelo apóstolo Paulo: “Segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei o fundamento como prudente construtor; e outro edifica sobre ele. Porém cada um veja como edifica. Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo.” (1Co 3:10-11)

Como fundamento da Igreja, os apóstolos possuíam plena autoridade, dada pelo próprio Jesus Cristo, para designar suas palavras como Palavra de Deus para a igreja em matéria de fé e prática. Através dessa autoridade apostólica, mediante o Espírito Santo é que temos hoje o que conhecemos como cânon do Novo Testamento, escrito pelos apóstolos. Além disso, faziam parte das credenciais dos apóstolos: operar milagres e sinais extraordinários, como curas de surdos, aleijados, cegos, paralíticos, deformidades físicas, ressurreições de mortos etc. (2Co 12:12). Eu creio que Deus opera curas em resposta a orações conforme a vontade soberana d’Ele, porém não creio que as mesmas aconteçam através do comando verbal de novos apóstolos, da mesma forma que era feito pelos apóstolos na Igreja primitiva de forma extraordinária.

Outro grande problema que encontramos no título de apóstolo nos dias de hoje é que, automaticamente, as pessoas associam o termo aos 12 apóstolos de Jesus. Quem lê o Novo Testamento, identifica a grande autoridade atribuída ao ofício de apóstolo e, consequentemente, essa autoridade será ligada aos contemporâneos. Quem reivindica o título de apóstolo, biblicamente está tomando para si os mesmos ofícios dos apóstolos comissionados por Jesus, colocando as próprias palavras proferidas ou escritas em pé de igualdade e autoridade dos autores do Novo Testamento. Afinal, os apóstolos tinham autoridade para receber revelações diretas de Deus e escrevê-las para o uso da Igreja. Se admitirmos que existam “novos apóstolos”, devemos assumir que a Bíblia é insuficiente e que as palavras dos contemporâneos são canônicas, o que é absolutamente impossível e antibíblico!

Não podemos deixar de citar o festival de misticismo antibíblico praticado por muitos apóstolos contemporâneos, tais como: atos proféticos, novas unções, revelações extrabíblicas, maniqueísmo, manipulação e coronelização da fé através do conceito "não toqueis nos ungidos", judaização do evangelho etc. Além do mais, o próprio modo de vida deles mostra o oposto dos originais, os apóstolos de Cristo tiveram vida humilde, foram presos, açoitados, humilhados e todos (com exceção de Judas Iscariotes que suicidou-se e João que teve morte natural) morreram martirizados por pregarem o evangelho. Ao contrário disso, os contemporâneos vivem uma vida com patrimônios milionários, conforto e prosperidade financeira. Quando sofrem algum tipo de "perseguição", a mesma é decorrente às contravenções penais com a justiça.

Após essa breve análise, concluo que não há apóstolos hoje! O apostolado contemporâneo é uma distorção bíblica gravíssima que reivindica autoridade extrabíblica, da mesma forma que a sucessão apostólica da Igreja católica romana e os Mórmons. Por isso, devemos rejeitar a “restauração” do ofício apostólico, pois os apóstolos contemporâneos não se encaixam nos padrões bíblicos que validam o apostolado, bem como não existe base bíblica que autorize tal restauração.

Sola Scriptura!

Notas:
[1] – Conferência apostólica 2006, site oficial.
[2] – Citado no ítem reforma apostólica do site Lagoinha.com
[3] – Dicionário Bíblico Strong - Léxico Hebr., Aram. e Grego - SBB – 2002, pág. 1214, nº649/652.
[4] – Concordância Fiel do Novo Testamento Grego – Português, Ed. Fiel, Vol. I, pág. 84
[5] – Citado no artigo: Carta ao Apóstolo Juvenal, por Rev. Augustus Nicodemus Lopes.
[6] – Para verificar diversas refutações ao apostolado contemporâneo, clique aqui!

Fonte: Bereianos
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Carta Aberta aos Grupos de Louvor



Por James K.A. Smith

Querido Grupo de Louvor,

Eu aprecio muito a sua disponibilidade e desejo de oferecer seus dons a Deus em adoração. Aprecio sua devoção e celebro sua fidelidade — arrastando-se para a igreja cedo, domingo após domingo, separando tempo para ensaiar durante a semana, aprendendo e escrevendo novas canções, e tantas coisas mais. Assim como aqueles artistas e artesãos que Deus usou para criar o tabernáculo (Êxodo 36), vocês são dispostos a dispor seus dons artísticos a serviço do Deus Triuno.

Portanto, por favor, recebam esta pequena carta no espírito que ela carrega: como um encorajamento a refletir sobre a prática de “conduzir a adoração”. A mim parece que vocês frequentemente simplesmente optaram por uma prática sem serem encorajados a refletir em sua lógica, sua “razão de ser”. Em outras palavras, a mim parece que vocês são frequentemente recrutados a “conduzir a adoração” sem muita oportunidade de parar e refletir na natureza da “adoração” e o que significaria “conduzir”.

Especificamente, minha preocupação é que nós, a igreja, tenhamos involuntariamente encorajado vocês a simplesmente importar práticas musicais para a adoração cristã que — ainda que elas possam ser apropriadas em outro lugar — sejam prejudiciais à adoração congregacional. Mais enfaticamente, usando a linguagem que eu empreguei primeiramente em Desiring the Kingdom¹, às vezes me preocupo de que tenhamos involuntariamente encorajado vocês a importar certas formas de execução que são, efetivamente, “liturgias seculares” e não apenas “métodos” neutros. Sem perceber, as práticas dominantes de execução nos treinam a relacionar com a música (e os músicos) de certa maneira: como algo para o nosso prazer, como entretenimento, como uma experiência predominantemente passiva. A função e o objetivo da música nestas “liturgias seculares” é bem diferente da função e o objetivo da música na adoração cristã.

Então deixe-me oferecer apenas alguns breves conceitos com a esperança de encorajar uma nova reflexão na prática da “condução da adoração”:

1. Se nós, a congregação, não conseguimos ouvir a nós mesmos, não é adoração. A adoração cristã não é um concerto. Em um concerto (uma particular “forma de execução”), nós frequentemente esperamos ser sobrepujados pelo som, particularmente em certos estilos de música. Em um concerto, nós acabamos esperando aquele estranho tipo de privação dos sentidos que acontece com a sobrecarga sensorial, quando o golpe do grave em nosso peito e o fluir da música sobre a multidão nos deixa com a sensação de uma certa vertigem auditiva. E não há nada de errado com concertos! Só que a adoração cristã não é um concerto. A adoração cristã é uma prática coletiva, pública e congregacional — e o som e a harmonia reunidos de uma congregação cantando em uníssono é essencial à prática da adoração. É uma maneira “desempenhar” a realidade de que, em Cristo, nós somos um corpo. Mas isso requer que nós na verdade sejamos capazes de ouvir a nós mesmos, e ouvir nossas irmãs e irmãos cantando ao nosso lado. Quando o som ampliado do grupo de louvor sobrepuja às vozes congregacionais, não podemos ouvir a nós mesmos cantando — então perdemos aquele aspecto de comunhão da congregação e somos encorajados a efetivamente nos tornarmos adoradores “privados” e passivos.

2. Se nós, a congregação, não podemos cantar juntos, não é adoração. Em outras formas de execução musical, os músicos e as bandas irão querer improvisar e “serem criativos”, oferecendo novas execuções e exibindo sua virtuosidade com todo tipo de diferentes trills e pausas e improvisações na melodia recebida. Novamente, isso pode ser um aspecto prazeroso de um concerto, mas na adoração cristã isso significa apenas que nós, a congregação, não conseguimos cantar junto. Então sua virtuosidade desperta nossa passividade; sua criatividade simplesmente encoraja nosso silêncio. E enquanto vocês possam estar adorando com sua criatividade, a mesma criatividade na verdade desliga a canção congregacional.

3. Se vocês, o grupo de louvor, são o centro da atenção, não é adoração. Eu sei que geralmente não é sua culpa que os tenhamos colocado na frente da igreja. E eu sei que vocês querem modelar a adoração para que nós imitemos. Mas por termos encorajado vocês a basicamente importar formas de execução do local do concerto para o santuário, podemos não perceber que também involuntariamente encorajamos a sensação de que vocês são o centro das atenções. E quando sua performance se torna uma exibição de sua virtuosidade — mesmo com as melhores das intenções — é difícil opor-se à tentação de fazer do grupo de louvor o foco de nossa atenção. Quando o grupo de louvor executa longos riffs, ainda que sua intenção seja “ofertá-los a Deus”, nós na congregação nos tornamos completamente passivos, e por termos adotado o hábito de relacionar a música com os Grammys e o local de concerto, nós involuntariamente fazemos de vocês o centro das atenções. Me pergunto se há alguma ligação intencional na localização (ao lado? conduzir de trás?) e na execução que possa nos ajudar a opor-nos contra estes hábitos que trazemos conosco para a adoração.

Por favor, considerem estes pontos com atenção e reconheçam o que eu não estou dizendo. Este não é apenas algum apelo pela adoração “tradicional” e uma crítica à adoração “contemporânea”. Não pense que isto é uma defesa aos órgãos de tubos e uma crítica às guitarras e baterias (ou banjos e bandolins). Minha preocupação não é com o estilo, mas com a forma: O que estamos tentando fazer quando “conduzimos a adoração?” Se temos a intenção que a adoração seja uma prática congregacional de comunhão que nos traz a um encontro dialógico com o Deus vivo — em que a adoração não seja meramente expressiva, mas também formativa² — então podemos fazer isso com violoncelos, guitarras, órgãos de tubos ou tambores africanos.

Muito, muito mais poderia ser dito. Mas deixe-me parar por aqui, e por favor receba esta carta como o encorajamento que ela foi feita para ser. Eu adoraria vê-los continuar a oferecer seus dons artísticos ao Deus Triuno que está nos ensinando uma nova canção.

Sinceramente,

Jamie

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Notas:

¹ Desiring the Kingdom – Worship, Worldview, and Cultural Formation (Desejando o Reino – Adoração, Cosmovisão e Formação Cultural) [N. do T.]
² De acordo com o The Colossian Forum, a despeito de a adoração ser encarada hoje em dia apenas como algo que se vai em direção a Deus (expressão), ao longo da história ela sempre foi encarada também como a causadora de algo em nós (formação). “A adoração cristã é também uma prática formativa justamente porque a adoração também é um encontro ‘descendente’ no qual Deus é o atuante primário” (Fonte: http://www.colossianforum.org/2011/11/09/glossary-worship-expression-and-formation/). [N. do T.]

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É verdade que Jesus nunca se referiu ao casamento homossexual?

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Por Daniel Akin

Hoje é popular, entre aqueles que promovem casamento entre pessoas do mesmo sexo, dizer que Jesus nunca se referiu a essa questão, que Ele permaneceu em silêncio sobre o assunto.

Aqueles que afirmam o entendimento tradicional e histórico do casamento entre homem e mulher frequentemente são admoestados a ir ler a Bíblia mais cuidadosamente. Se nós o fizermos, nos dizem, veremos que Jesus nunca se direcionou a essa questão. Assim, a questão que quero levantar é: “essa afirmação está correta?” É verdade que Jesus nunca falou sobre a questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo?

Quando alguém vai aos Evangelhos para ver exatamente o que Jesus disse, descobrirá que Jesus se direcionou muito claramente tanto a questões sobre sexo quanto sobre casamento. Ele se referiu tanto ao bom uso quanto ao mau uso. E, ao falar sobre os assuntos, Ele deixa claro que as questões do coração são de crítica importância.

Primeiramente, o que Jesus diz sobre sexo? Jesus acreditava que o sexo é uma boa dádiva de um tremendo Deus. Ele também acreditava que o sexo era uma boa dádiva para ser desfrutada em uma aliança de casamento monogâmico e heterossexual. Nisso Ele é claro como cristal. Em Marcos 7, Jesus se direciona ao fato de que todo pecado é, no fim das contas, uma questão do coração. Jesus nunca procurou modificação de comportamento. Jesus sempre procurou transformação de coração. Transforme o coração e você verdadeiramente transformará a pessoa.

Assim, quando Ele lista um catálogo de pecados em Marcos 7.21-33, Ele deixa claro que todos esses pecados eram fundamentalmente questões do coração. Jesus quer erradicar os ídolos do coração.  Entre aqueles pecados do coração que frequentemente levam a ações pecaminosas, Ele inclui tanto imoralidade sexual quanto adultério. (Marcos 7.21).  A expressão “imoralidade sexual”, num contexto bíblico, refere-se a todo comportamento sexual fora da aliança de casamento entre um homem e uma mulher. Portanto, Jesus via o sexo antes do casamento, o adultério e o comportamento homossexual como pecados. E Ele sabia que a cura para cada um é a transformação do coração que é possível por meio das boas novas do Evangelho. O Evangelho nos transforma para que sejamos capazes de não fazer aquilo que nós queremos, mas aquilo que Deus quer. Aqui encontramos a verdadeira liberdade e prazer.

Em Segundo lugar, o que Ele fala sobre casamento? É verdade que Jesus nunca falou sobre a questão em termos de gênero? A verdade é simplesmente não. Ele nos dá Sua perspectiva sobre isso quando se refere à questão em Mateus 19.4-6. Ali, falando sobre a instituição do casamento, Jesus é claro quando diz: “Vocês não leram que, no princípio, o Criador os fez homem e mulher e disse: ‘Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne’ Assim, eles já não são dois, mas sim uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, ninguém separe.”. Que Jesus era comprometido com o casamento heterossexual não poderia ser mais evidente. Um homem deve deixar seus pais e unir-se a uma mulher que se torna sua esposa. Isso é casamento heterossexual. Que Ele também era comprometido com a permanência e fidelidade do casamento é, também, claro.

Então, como podemos resumir a questão? Primeiramente, Jesus veio para libertas todas as pessoas de todo pecado. O pecado, Ele estava convencido, originava-se no coração e era, no fim das contas, uma questão do coração. Em segundo lugar, Jesus deixou claro que o sexo é uma boa dádiva de um Deus tremendo, e essa boa dádiva deve ser desfrutada em uma aliança matrimonial heterossexual. É simplesmente inegável que Jesus entendia o casamento heterossexual como projeto e plano de Deus. Em terceiro lugar, Jesus vê toda atividade sexual fora dessa aliança como pecado. Em quarto lugar, é uma estratégia interpretativa muito perigosa e ilegítima colocar entre parênteses as palavras de Jesus e lê-las da forma que você gostaria. Não devemos isolar Jesus de Sua confirmação de que o Velho Testamento é a Palavra de Deus, nem separá-lo de Seu contexto do primeiro século judeu. Em quinto lugar, e essas são realmente boas novas, Jesus ama tanto o pecador heterossexual quanto o pecador homossexual e promete perdão gratuito e completa libertação para todo aquele que vai a Ele.

João 8 conta a história de uma mulher pega em adultério. Os legalistas religiosos queriam apedrejá-la, mas Jesus intervém e impede sua morte. Então, Ele olha para a mulher e, com graça e bondade, diz a ela que Ele não a condena. Em seguida, Ele diz “Vá e não peques mais”. Em Mateus 11.28, Jesus fala a todos nós, sobrecarregados sob o terrível peso e carga do pecado. Ouça essas gentis palavras do Salvador, “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei”. Essa é a esperança que se encontra em Jesus. Essa é a esperança que se encontra no Evangelho. Quer alguém seja culpado de pecado heterossexual ou homossexual, achará graça, perdão e liberdade aos pés da cruz onde o terreno é sempre plano.

Quando confiei completamente em Jesus como meu Senhor e Salvador aos 20 anos, decidi que queria pensar como Jesus e viver como Jesus o resto da minha vida.  Quando se refere ao sexo, quero pensar como Jesus. Quando se refere a casamento, quero pensar como Jesus. Isso significa que eu vou afirmar a aliança matrimonial heterossexual. Isso também significa amar cada pessoa independentemente de suas escolhas de estilo de vida. Isso significa, como Seu representante, proclamar o Evangelho estendendo a outros a graça transformadora do Evangelho, que nos encontra como estamos, mas maravilhosamente não nos deixa da mesma forma. Essa é uma esperança e uma promessa que os seguidores de Jesus orgulhosamente oferecem a todos, porque formos destinatários dessa mesma maravilhosa graça.

Fonte: Ipródigo

A Tendência do Evangelicalismo – Um alerta de John MacArthur

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Em seu novo livro Escravo (futuro lançamento da Fiel), John MacArthur alerta sobre a tendência do evangelicalismo em relação ao pragmatismo. Confira.

O curso do evangelicalismo predominante é direcionado por preocupações pragmáticas, não por teológicas. Os gurus do movimento de crescimento da igreja se preocupam com o que atrai a multidão, e não com aquilo que a Bíblia diz. Devido ao bem sucedido apelo à carne não redimida, os pregadores da prosperidade fazem do homem o mestre, como se Cristo fosse um tipo de gênio da lâmpada – obrigado a conceder saúde, prosperidade e felicidade àqueles que enviam dinheiro o suficiente. Mesmo em alguns círculos conservadores, métodos mundanos pragmáticos (incluindo humor crasso e discurso grosseiro), e adaptações quase ilimitadas do que há de pior na música mundana são defendidos calorosamente, contanto que obtenham resultados visíveis. A triste realidade é que a popularidade, não a fidelidade a Cristo e à sua Palavra, tem se tornado o novo padrão de medida e a atual marca da ideologia do não-senhorio.

Como resultado, as Escrituras têm sido sistematicamente substituídas por qualquer outra coisa considerada mais relevante ou interessante. O empreendedorismo do movimento independente da igreja a tem tornado popular, ao ponto de milhares de pretensiosos “cristos” edificarem seus próprios impérios de mídia, rotulando a si mesmos como apóstolos e dando nome de igrejas a suas organizações. Mas estes ministérios magnatas não estão interessados em edificar a igreja verdadeira, que é um fato evidenciado por sua indiferença para com a verdade proposicional, somado à sua ganância em ganhar a simpatia do povo, tanto por minimizarem a Palavra de Deus quanto o senhorio de Cristo. Eles diluem o evangelho, encurtam ainda mais seus ralos sermões e adaptam uma estratégia de marketing para seu ministério. Ao fazerem isto, rebelam-se contra Cristo!

O Senhor expressa seu governo em sua igreja, à medida que a Escritura é pregada, explanada, aplicada e obedecida. Diminuir o papel dominante da Escritura na vida da igreja significa tratar o Senhor da igreja como se sua revelação fosse opcional. É nada menos que um motim. E a gravidade de tal revolta não se pode medir. Um ministério não bíblico, uma pregação não expositiva e um ensino não doutrinal usurpam a autoridade de Cristo como cabeça, silenciando sua voz para com suas ovelhas. Este tipo de abordagem devastadora afasta do corpo de Cristo a mente de Cristo, produz indiferença para com sua Palavra e extingue a obra do seu Espírito. E, ainda, remove a proteção contra o erro e o pecado, elimina a preeminência e a clareza, desfigura a adoração, semeia a transigência, desvia a honra devida ao verdadeiro cabeça da igreja, e o Senhor não toma com agrado aqueles que roubam a sua glória.

Fonte: Blog Fiel
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Kurios e douloi – Deus não é seu colega de debates!


Por Josemar Bessa

Após a conversão, quando um homem de fato foi regenerado, a motivação para tudo na vida deve ser o desejo de agradar a Cristo, que, como Kurios (Senhor), tem direitos de propriedade sobre a sua vountade – douloi (Escravo) – “Paulo, escravo de Cristo Jesus...” (Romanos 1.1) - “E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.” - 2 Coríntios 5:15

Este é o ponto crucial se estamos falando de uma doutrina, casamento, membresia ou frequência à igreja... ou qualquer outra área da vida cristã. Quando respondemos a mandamentos divinos com um “mas” ou uma série de desculpas, nós exibimos a Serpente (questionando com Eva a clara ordem de Deus), e tratamos a Deus como nosso colega de debates. Isso não é pensar como um escravo. E não se engane, se não somos escravos de Deus, então somos escravos do pecado (Romanos 6.15-23). Mas nós somos escravos! Então, o que você faz quando confrontado com um mandamento claro, com o claro ensino das Escrituras.

Sem argumentação bíblica, argumentamos como ímpios. O ensino das Escrituras muitas vezes atravessa a nossa vontade natural, sobre casamento, igreja, trabalho, lazer... mas grande parte das argumentações se opondo a verdade não partem de textos bíblicos. Pessoas dizem: “não faço parte de nenhuma igreja – não congrego... porque há muitos erros...” – Esse não é um raciocínio bíblico. Não flui de nenhum texto e ensino das Escrituras, que na verdade, ensinam o oposto: “"Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns..." - Hebreus 10.25

Deus instituiu o casamento. Você crê nesta instituição? O homem pode argumentar da mesma forma – como se quisesse vencer Deus num debate. Nós precisamos de argumentos bíblicos - mas grande parte dos argumentos nem são lógicos e nem bíblicos.

Por exemplo - Deus criou a instituição do casamento - o casamento de muitas pessoas é um fracasso - Aí alguém dirá - "eu não acredito na instituição do casamento!" - Mas isso o coloca em rota de colisão com Deus que instituiu o casamento - o argumento (muitos casamentos são um fracasso) em nada justifica sua rebeldia contra o claro ensino de Deus sobre o casamento, nem anula o que Deus instituiu.

A mesma coisa se aplica a igreja e a todas as coisas que Deus instituiu - quando argumentamos sem argumentação bíblica, argumentamos como ímpios!! Se não cremos em Cristo no que diz respeito a igreja, casamento...não podemos tê-lo como Senhor e salvador...

Repito, o que você faz quando é confrontado com um claro ensino bíblico? Tomamos um caminhão de desculpas e justificativas e racionalizações (argumentando sem a Bíblia ) em “lógicas” ímpias... para não nos submetermos? Argumentação pífia e que racionaliza qualquer mal – Deus instituiu a família, a maioria das famílias são uma fracasso – eu não acredito na instituição da família – Essa é a ‘lógica’ do diabo! Não pode haver argumentação mais ímpia.

Quando recebemos orientação clara da bíblia, devemos abandonar racionalizações, devemos dizer: “sim, eu vou precisar de ajuda”, e então tomar a nossa cruz, nos contarmos como mortos para nós mesmos e nossas opiniões e “lógicas” ímpias, suplicarmos por graça para que em tudo Deus nos leve a obediência.

Abandonamos assim o “mas” – Muitos insistem: “Deus disse para eu obedecer, mas eu tenho estas desculpas, desafios e dificuldades – eu não consigo aceitar...” – Não! Pare! Se você insiste em argumentos não bíblicos sobre família, casamento, igreja... você coloca o seu juízo sobre Deus. O que quer dizer que não importando o que sua boca professe sobre o evangelho, suas escolhas dizem que você acha o juízo de Deus deficiente e inapropriado, se coloca como seu superior. Você não é escravo, Ele não é Senhor... Significa que você é um tolo, e de fato blasfemo, quer você tenha pretendido ou não ser.
 
Cristo preparou a igreja local, ministérios, comunhão, disciplina... Diz que você precisa dessa comunhão, crescer com todos os santos... “E ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado... até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo.” - Efésios 4:11-13 – Cristo diz que você é parte do corpo que precisa de ministério, comunhão, disciplina... numa igreja local... congregando... Você diz: não! Você ou Jesus? Você ou Jesus? Kurios (Senhor) ou  douloi (Escravo)?

A confissão de Jesus como Senhor é fundamental para a fé cristã (Romanos 10.9; 1 Coríntios 12.3; Filipenses 2.11). Em fé e verdadeiro arrependimento, nós dobramos os joelhos ao senhorio de Cristo. O problema de nossa geração – os arroubos anti-igreja nada tem do Novo Testamento.  Slogans de panfleto e não a Bíblia tem guiado grande parte das pessoas hoje. Muitos não querem ser simplesmente cristãos - querem se ver como revolucionários - "Ches Guevaras" -Mas a verdade é: O Novo Testamento não conhece nada sobre cristianismo sem igreja. A igreja invisível é para os cristãos invisíveis. A igreja visível é para você e para mim. Tire a camiseta de Che Guevara, pare a "revolução", e se junte ao resto dos discípulos de Cristo: "Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns..." - Hebreus 10.25.

Eu não sou a igreja e você não é a igreja. Você é parte da igreja. A palavra κκλησία ( ekklesia ) significa "assembléia", e não, você não é realmente uma assembléia. Você é um cristão. De todos os 112 casos em o Novo Testamento onde "ekklesia" se refere à instituição fundada por Cristo, em todos, exceto em cinco (por exemplo, se referindo a igreja - "ekklesia" - se referindo a uma assembléia futura Efe. 5:25-32 e Heb. 12:23) - refere-se a uma igreja particular, concreta, local, ou a uma pluralidade de igrejas semelhantes, como "a igreja que estava em Jerusalém" (Atos 8:1); "todas as igrejas dos gentios" (Rom. 16:4); "as igrejas da Macedônia" (2 Cor. 8:1); "a igreja em tua casa" (Filemon 2); e "as igrejas de Deus" (2 Tess. 1:4).

A raiz do problema hoje não é falta de clareza bíblica, a raiz é um problema de autoridade. Não gostar de se sentar e escutar enquanto outra pessoa fala. Não gostar da ideia de liderança. Ânsia por ser um “rebelde revolucionário”. Não gostar do comprometimento, do compromisso, de ser responsável... Não há nada de bíblico nisso, mas exatamente o oposto do ensino bíblico.

Nossa raça foi infectada por um a vírus anti-autoridade quando nossos pais ouviram no Jardim do éden: “Sereis como deuses”. Mas conversão, conversão verdadeira trata e extermina este vírus.

Arrependimento bíblico não é pedir desculpas a Deus e depois tentar "cristianizar" todos os seus gostos, desejos, tribo...

O arrependimento bíblico consiste em uma transformação radical de pensamento, atitude, perspectivas e direção .... Arrependimento bíblico é uma mudança do pecado para Deus e seu serviço, Cristo o Senhor, eu o escravo. É a morte do Eu, do viver para mim - para tomar a cruz e negar a mim mesmo.

Arrependimento é uma revolução no que é mais determinante na personalidade humana e é o reflexo na consciência de a mudança radical operada pelo Espírito Santo na Regeneração.

Mas o homem natural é – Só você, só você... como você quer... exatamente por ser livre disso o homem regenerado se torna um membro do corpo de Cristo que é a igreja – Você prefere ficar em casa, ser cristão virtual, assistindo vídeos, quando quiser, onde quiser... nenhum povo “chato” no qual você tenha que exercer a paciência, longanimidade, amor... sem necessidade de se ajustar... Só você, você, você... Mas Jesus – O Senhor – ordena estar uma igreja local, juntar-se a igreja, participar da igreja, congregar ( em Corinto, Galácia, Éfeso, Colossos, Tessalônica, Laodicéia... Seu bairro, outro bairro...), ter uma liderança humana como ( Timóteo, Tiago, João, Silas, Barnabé... pastores, presbíteros...) – Esse é o problema, Cristo é o Senhor! A igreja lhe pertence, ele determina o que e o como da igreja... Ele é o Senhor em realidade ou teoria? Ele é apenas um colegar de debates? Ele é Senhor quando é conveniente, ou não? É o nosso Ego que controla os limites do Senhorio de Cristo.

Eu posso falar com confiança, Deus não permita que alguém use o meu blog, os textos, os sermões postados em vídeo... como um substituto da ordem de Cristo, como um substituto para não obedecer a Cristo envolvendo-se na comunhão da igreja local de Cristo.

Os quatro evangelhos e a cruz

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Por Silas Alves Figueira

Quando lemos os Evangelhos encontramos algo comum em todos eles a crucificação de Jesus e todos os evangelistas trouxeram palavras que o Senhor proferiu enquanto esteve naquela cruz. Ao todo o Senhor proferiu sete palavras ou sete brados que para nós tem uma grande importância, pois foram as suas últimas palavras num dos momentos mais importantes da história do cristianismo. Foram palavras de dor, de solidão, mas também foram palavras de graça e perdão. Podemos dizer que todo o ministério de Jesus se resumiu naquela cruz. Aquela cruz onde Ele levou sobre si todos os nossos pecados. Aquela cruz que era minha e também sua, no entanto Ele a tomou em nosso lugar. Aquele que não conheceu pecado se fez pecado por nós, como nos fala Paulo em 2Co 5.21.

Jesus não só foi até a cruz, mas Ele ensinou sobre ela. Jesus ensinou que se alguém quisesse ser seu discípulo deveria negar-se a si mesmo e tomar a cruz todos os dias (Lc 9.23). Para um homem “negar a si mesmo” totalmente, deverá renunciar completamente sua própria vontade. A atitude do cristão é, “Para mim, o viver é Cristo” (Fl 1.21 — honrá-Lo, agradá-Lo, servi-Lo. Renunciar sua própria vontade significa atender à exortação de Filipenses 2.5, “Que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus”, o qual é definido nos versos que imediatamente seguem como de abnegação. É o reconhecimento prático de que “não sois de vós mesmos, porque fostes comprados por bom preço” (1 Co 6.19,20). É dizer com Cristo, “Não seja, porém, o que eu quero, mas o que tu queres” (Mc 14:36). Negar-se a si mesmo é deixar Cristo reinar em nossas vidas e aceitar a cruz que nos está imposta.

Tomar minha “cruz” significa uma vida voluntariamente rendida a Deus. Como o ato dos homens ímpios, a morte de Cristo foi um assassinato; mas como o ato do próprio Cristo, foi um sacrifício voluntário, oferecendo a Si mesmo a Deus. Foi também um ato de obediência a Deus. Em João 10.18 Ele disse, “Ninguém a [Sua vida] tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou”. E por que Ele o fez? Suas próximas palavras nos dizem: “Este mandato recebi de meu Pai”. A cruz foi a suprema demonstração da obediência de Cristo. Nesta Ele foi o nosso Exemplo. Uma vez mais citamos Filipenses 2.5: “Que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus”. E nos versos seguintes nós vemos Jesus tomando a forma de um Servo, e tornando-Se “obediente até a morte, e morte de cruz”. Agora, a obediência de Cristo deve ser a obediência do cristão — voluntária, alegre, sem reservas, contínua. Se esta obediência envolve vergonha e sofrimento, acusação e perda, não devemos nos acovardar, mas por o nosso rosto “como um seixo” (Is 50.7). A cruz é mais do que o objeto da fé do cristão, ela é o sinal de discipulado, o princípio pelo qual sua vida deve ser regulada. A “cruz” significa rendição e dedicação a Deus: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Rm 12.1).

Mas nos dias atuais, a cruz tem sido bastante mal interpretada. Isso pode ser comprovado pelo fato de ser quase impossível achar alguém que diga algo negativo a respeito dela. A cruz é usada como pingente por atletas, adeptos do Movimento de Nova Era e astros de rock. Esse indescritível instrumento de morte e crueldade é agora símbolo de união, tolerância e espiritualidade de todos os gêneros. O “escândalo da cruz”, como diz Paulo, há muito desapareceu, quando a mensagem foi reinterpretada para se adequar à mente moderna. Muitos dos que usam a cruz no pescoço ficariam horrorizados se compreendessem seu verdadeiro significado [1].

Imagine alguém trazendo no pescoço como enfeite uma guilhotina, uma forca ou quem sabe um dos instrumentos de tortura da Idade Média. Para muitos isso seria uma grande loucura, mas essas mesmas pessoas não pensam isso a respeito da cruz.

Gostaria de fazer uso de um texto de A. W. Tozer que nos fala da velha e nova cruz, ele faz uma análise do tipo de mensagem que se tem pregado hoje em dia a respeito da cruz. Vejamos:

Sem fazer-se anunciar e quase despercebida uma nova cruz introduziu-se nos círculos evangélicos dos tempos modernos. Ela se parece com a velha cruz, mas é diferente; as semelhanças são superficiais; as diferenças, fundamentais.

Uma nova filosofia brotou desta nova cruz com respeito à vida cristã, e desta nova filosofia surgiu uma nova técnica evangélica – um novo tipo de reunião e uma nova espécie de pregação. A velha cruz não fazia aliança com o mundo. A nova cruz não se opõe à raça humana; pelo contrário, é sua amiga íntima e, se compreendermos bem, considera-a uma fonte de divertimento e gozo inocente. Ela deixa Adão viver sem qualquer interferência.

A nova cruz encoraja uma abordagem evangelística nova e por completo diferente. Busca a chave para o interesse do público, mostrando que o cristianismo não faz exigências desagradáveis; mas, pelo contrário, oferece a mesma coisa que o mundo, somente num plano superior.

A nova cruz não mata o pecador, mas dá-lhe nova direção. Ela o faz engrenar em um modo de vida mais limpo e agradável, resguardando o seu respeito próprio. A mensagem de Cristo é manipulada na direção da moda corrente a fim de torná-la aceitável ao público.

A filosofia por trás disso pode ser sincera, mas na sua sinceridade não impede que seja falsa. É falsa por ser cega, interpretando erradamente todo o significado da cruz.

A velha cruz é um símbolo da morte. A cruz não fazia acordos, não modificava nem poupava nada; ela acabava completamente com o homem, de uma vez por todas. Não tentava manter bons termos com sua vítima. Golpeava-a cruel e duramente e quando terminava seu trabalho o homem já não existia.

O evangelismo que traça paralelos amigáveis entre os caminhos de Deus e os do homem é falso em relação à Bíblia e cruel para a alma de seus ouvintes. Ao nos aproximarmos de Cristo não elevamos nossa vida a um plano mais alto; mas a deixamos na cruz.

Nós, os que pregamos o evangelho, não devemos julgar-nos agentes ou relações públicas enviados para estabelecer boa vontade entre Cristo e o mundo. Não somos diplomatas, mas profetas, e nossa mensagem não é um acordo, mas um ultimato.

Deus oferece vida, embora não se trate de um aperfeiçoamento da velha vida. A vida por Ele oferecida é um resultado da morte. Ela permanece sempre do outro lado da cruz. Quem quiser possuí-la deve passar pelo castigo. É preciso que repudie a si mesmo e concorde com a justa sentença de Deus contra ele.

O que isto significa para o indivíduo, o homem condenado quer encontrar vida em Cristo Jesus? Ele não deve encobrir nada, defender nada, nem perdoar nada. Não deve procurar fazer acordos com Deus, mas inclinar a cabeça diante do golpe do desagrado severo de Deus e reconhecer que merece a morte.

Feito isto, ele deve contemplar com sincera confiança o salvador ressurreto e receber dEle vida, novo nascimento, purificação e poder. A cruz que terminou a vida terrena de Jesus põe agora um fim no pecador; e o poder que levantou Cristo dentre os mortos agora o levanta para uma nova vida com Cristo.

Ousaremos nós, os herdeiros de tal legado de poder, manipular a verdade? Ousaremos nós com nossos lápis grossos apagar as linhas do desenho ou alterar o padrão que nos foi mostrado no Monte? Que Deus não permita! Vamos pregar a velha cruz e conhecermos o velho poder [2].
Precisamos com urgência reavaliar a nossa mensagem para não cairmos nesse mesmo erro que A. W. Tozer está nos alertando que anda ocorrendo por aí. A velha cruz dá ideia de ultrapassada, de retrógrada, mas a sua mensagem é exatamente o contrário de tudo isso. A Velha Cruz nos oferece vida transformada pelo poder do Evangelho.

A cruz, como evento histórico necessário, marca o ponto mais alto da História da Redenção, e tem lugar especial na vida do cristão. Observe alguns aspectos referentes a morte de Jesus: 

  • É na morte que a Obra Messiânica de Cristo é encerrada (Jo.19.30). 
  • É o cumprimento do Antigo Testamento (1Co.15.3). 
  • A morte de Cristo é a garantia da pureza do cristão, bem como das suas boas obras (Tt.2.14). 
  • É na morte que ocorre o derramamento de sangue necessário para a perdão dos pecados (Hb.9.15, 22; cf. Mt.26.28; Ef.1.7; Cl.1.14). 
  • É por meio do sangue de Cristo que temos Eterna Redenção (Hb.9.12). 
  • É através da morte de Cristo que temos acesso a redenção (Rm.3.24) 
  • Em nome de Cristo deveria ser pregada a redenção de pecados a todas as nações (Lc.24.27)

De acordo com as colocações supracitadas, não podemos deixar de reconhecer a centralidade da Cruz na vida e expectativa cristã. De fato, é impossível ser cristão sem render-se a cruz de Cristo, que representa Sua Morte em nosso favor. Aliás, cristianismo sem a cruz é mera ideologia ética sem valor. Portanto, o verdadeiro cristianismo depende intrinsecamente da cruz, pois esta é o cerne de sua ideologia e fé. Se o que foi dito é verdadeiro, e o símbolo que deveria representar tal ideia deve ser compatível a tal colocação, segue-se que a Cruz é a representação gráfica ideal para o Cristianismo.

E o que significa essa cruz senão nossa liberdade? Nossa Redenção? A remissão dos nossos pecados? Comunhão com Deus? É por meio dela que nós somos completamente libertos de nossa medíocre vida sem significado e passamos a participar da Vida Eterna que Deus nos concede por meio de Jesus Cristo. Cruz nos lembra a morte de Cristo, que nos garante a Redenção do pecado, que nos proporciona a perfeita vida eterna com Deus[3]

A lei de Deus não foi dada a nós para nos justificar, mas para nos condenar. Deus queria mostrar como era o homem perante Ele: maldito. Todo homem! Pois “maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las” (Gl 3.10). Isso é a lei do Antigo Testamento. O Antigo Testamento nos mostra que somos malditos pecadores; não somos capazes para salvar-nos; o Antigo Testamento nos mostra que precisamos de um Salvador. E o Novo Testamento nos mostra quem é este salvador: Jesus Cristo.

Jesus Cristo nos salvou. Ele foi o nosso substituto. Ele se colocou em nosso lugar para tomar a maldição de Deus. Nós somos malditos, mas Cristo tomou a nossa maldição. Cristo sofreu por causa dos nossos pecados; Cristo foi castigado em nosso lugar. Paulo fala sobre isso, quando ele escreve: “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro” (Gl 3.13). Veja o que nos diz a Lei: “Se alguém houver pecado, passível da pena de morte, e tiver sido morto, e o pendurares num madeiro, o seu cadáver não permanecerá no madeiro durante a noite, mas, certamente, o enterrarás no mesmo dia; porquanto o que for pendurado no madeiro é maldito de Deus; assim, não contaminarás a terra que o SENHOR, teu Deus, te dá em herança” (Dt 21.22,23).

A nossa salvação está ligada com a cruz de Cristo. A crucificação de Jesus Cristo não foi um castigo qualquer. A crucificação foi uma morte maldita. Quem morreu assim foi maldito por Deus e pelos homens. Pendurada no madeiro, entre o céu e a terra. Isso quer dizer: maldito pelos homens e por Deus; nem os homens o aceitam, nem Deus. Cristo foi maldito e a morte dele mostra isso.

Mas assim Ele devia morrer. Ele devia tomar esta maldição para nos livrar da maldição. Pois Cristo estava pendurado na cruz, não por causa de um pecado pessoal dele; Cristo estava pendurado na cruz por causa do oficio dele. Sendo mediador entre Deus e os homens, representando o povo de Deus, Cristo aceitou voluntariamente o seu destino. Ele foi mandado para esta terra para realizar este sacrifício na cruz. Isso foi o seu destino. Os profetas já falaram sobre isso; os salmos já falaram sobre isso. Veja o Salmo 22, 35 ou salmo 69. Estes salmos já profetizaram sobre a morte do Cristo na cruz. Jesus devia morrer assim para nos salvar. Devemos nos lembrar sempre disso. 

Notas:
1 – Lutzer, Erwin. Os Brados da Cruz. Ed. Vida, São Paulo, SP, 2002: p. 16.
2 – Tozer, A.W. O Melhor de A. W. Tozer. Ed. Mundo Cristão, São Paulo, SP, 2007: p. 151 a 153.
3 – Berti, Marcelo. Conceito de redenção nas Escrituras. http://www.napec.net/reflexoes-teologicas/conceito-de-redencao-nas-escrituras/, acessado em 26/03/12.

Fonte: NAPEC