Eleição Divina, a escolha da Graça.


Por Hernandes Dias Lopes

Na igreja protestante, há dois segmentos: o Calvinismo e o Arminianismo. O Calvinismo enfatiza a eleição divina; o Arminianismo o livre arbítrio humano. O Calvinismo ensina que Cristo morreu para efetivar nossa salvação; o Arminianismo ensina que Cristo morreu para possibilitar a nossa salvação. Para um arminiano Deus escolhe o homem para a salvação, quando este crê; para um calvinista o homem crê porque foi escolhido. Vamos, examinar, agora, à luz de Efésios capítulo 1, versículo 4, a doutrina da eleição: “Assim como nos escolheu, nele, [em Cristo], antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele…”.
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Em primeiro lugar, o autor da eleição. Deus é o autor da eleição e não o homem. Foi Deus quem nos escolheu e não nós a ele. Na verdade, jamais poderíamos escolher a Deus. Estávamos mortos em nossos delitos e pecados. Éramos ímpios, fracos, pecadores e inimigos de Deus. Por isso, a escolha de Deus é incondicional. Deus não nos escolheu por causa dos nossos méritos, mas apesar dos nossos deméritos. Deus não nos escolheu porque éramos bons, mas apesar de sermos maus. Deus não nos escolheu porque cremos em Cristo; cremos em Cristo porque Deus nos escolheu (At 13.48). A fé não é causa da eleição, mas seu resultado. Deus não nos escolheu porque éramos santos; Deus nos escolheu para sermos santos. A santidade não é causa da eleição, mas sua consequência. Deus não nos escolheu por causa da nossas boas obras; Deus nos escolheu para as boas obras. Somos feitura de Deus, criados em Cristo Jesus para as boas obras.

Em segundo lugar, o tempo da eleição. O apóstolo Paulo diz que Deus nos escolheu antes da fundação do mundo. Não havia em nós qualquer mérito que justificasse essa escolha, uma vez que Deus colocou o seu coração em nós antes de nós colocarmos nosso coração nele. Sua escolha foi livre, soberana, incondicional e cheia de graça. Ele não deixaria de ser Deus pleno e feliz em si mesmo se não tivesse nos escolhido. Mas, ele, por amor, nos amou com amor eterno e nos atraiu para si com cordas de amor. E isso, desde os refolhos da eternidade. Ainda não havia estrelas brilhando no firmamento. Ainda os anjos de Deus não ruflavam suas asas cumprindo as ordens suas ordens. Ainda o sol não havia dado a sua claridade, e Deus já havia nos amado e nos escolhido para a salvação.

Em terceiro lugar, o agente da eleição. O apóstolo Paulo diz que Deus nos escolheu em Cristo. Ele é o amado de Deus, o escolhido do Pai. Nele somos amados. Nele somos eleitos. Nele somos perdoados. Nele somos remidos. Nele somos salvos. Não há salvação fora de Cristo. Não há nenhum outro nome dado entre os homens pelo qual importa que sejamos salvos. Jesus é único caminho para Deus. Ele é o único Mediador entre Deus e os homens. Jesus é a porta do céu. Não há eleição fora de Cristo. Vivemos pela sua morte. Somos purificados do pecado pelo seu sangue. O mesmo Deus que escolheu nos salvar, elegeu também nos salvar por intermédio de Cristo. Ninguém pode ser salvo e ninguém pode confirmar sua vocação e eleição, a menos que se renda a Cristo e o confesse como Salvador e Senhor.

Em quarto lugar, o propósito da eleição. O apóstolos Paulo afirma, categoricamente, que Deus nos escolheu em Cristo, para sermos santos e irrepreensíveis. Se o autor da eleição é Deus, se a causa da eleição é a graça divina, se o agente da eleição é Cristo, o propósito da eleição é a santidade. Deus não nos escolheu para vivermos no pecado; mas para sermos libertos do pecado. Cristo não morreu para que aqueles que permanecem em seus pecados tenham a vida eterna; ele morreu para que todo o que nele crê seja santo com Deus é santo. Se a santidade não é a causa da eleição, é sua evidência mais eloquente. Ninguém pode afirmar que é um eleito de Deus, se não há evidências de santidade em sua vida. Por isso, a Palavra de Deus é oportuna em nos exortar: “Por isso, irmãos, procurai, com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição…” (2Pe 1.10).
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