O pecado corrompe o entendimento sobre o pecado

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Por Horatius Bonar


A história de seis mil anos acerca do mal se perdeu para o homem. Ele se recusa a ler sua terrível lição concernente ao pecado e ao desagrado de Deus contra o pecador, registrada por essa história. Ele se esqueceu da inundação de perversidade que resultou de um único pecado. A morte, a escuridão, a tristeza, a enfermidade, as lagrimas, a fadiga, a loucura, a confusão, o derramamento de sangue, o ódio enfurecido entre homem e homem, fazendo da Terra um subúrbio do inferno - todas essas coisas foram negligenciadas ou mal interpretadas; e o homem rejeita a ideia de que o pecado seja um crime, o qual Deus odeia com um ódio infinito, e o qual Ele, em Sua justiça, deve condenar e punir.

Se o pecado for algo tão superficial, tão insignificante, quanto o homem o considera, qual é a importância dessa história tão longa e triste? Será que os milhares de cemitérios, onde os amores humanos encontram-se sepultados, não contam uma narrativa mais sombria? Será que os milhões e milhões de corações em pedaços e olhares abatidos dizem que o pecado é apenas insignificante? Será que os gemidos nos hospitais ou a mortandade dos campos de batalhas, a espada banhada de sangue e artilharia mortal proclamam que o pecado é uma simples casualidade, e que o coração humano é, afinal, a sede da bondade? Será que o terremoto, o vulcão, o furacão e a tempestade nada falam do mal irremediável do pecado? Será que a dor de cabeça do homem, o coração vazio, o espírito oprimido, a fronte sombria, o cérebro exausto e as pernas cambaleantes não anunciam com nitidez, de modo inequívoco, que o pecado é uma CULPA, e que essa culpa deve ser castigada – punida pelo Juiz dos juízes – não como uma mera “violação das leis naturais, mas como uma contravenção da lei eterna, que não admite anulação? “A alma que pecar, essa morrerá”. Porque sem a lei, o pecado não existe. “A força do pecado é a lei” (1Co 15.56). Aquele que faz do pecado algo trivial está defendendo a confusão moral e injustiça; e aquele que se recusa a reconhecer o pecado como culpa está anulando a lei do universo ou atribuindo imbecilidade e injustiça ao Juiz de todos os juízes.

O mundo tem envelhecido no pecado e hoje, mais do que nunca, tem começado a brincar com ele, quer seja como uma necessidade que não pode ser tratada ou como um desvio parcial da boa ordem que se auto-corrigirá em breve. É essa falsificação do mal, essa recusa em ver o pecado como Deus o vê; conforme a lei o declara, e conforme a história da nossa raça tem revelado; que tem sido, em todas as eras, a raiz do erro e do abandono da fé que uma vez por todas foi entregue aos santos. Admita a maldade do pecado, com todas as suas consequências eternas, e você deverá se calar diante do modo divino de lidar com ele. Negue a maldade do pecado e os resultados futuros dessa maldade, e você estará negando toda a revelação de Deus, desprezando a cruz, e ab-rogando a lei.

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Fonte: A justiça eterna - Horatius Bonar (Como o homem será justo diante de Deus?) 
Ed. Fiel, p. 21-22.
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