O pecado do adultério segundo John Wenham, e do divórcio segundo eu

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Li, nesta manhã, uma postagem no Facebook, atribuída a John Wenham[1], a qual copiei e colei abaixo. Após, uma pequena reflexão a partir do que o teólogo e pastor Wenham escreveu:

"Hoje em dia, consideramos o adultério como tão natural que deixamos de perceber quão distorcidos se tornaram os nossos valores. Quando um homem rouba um bem valioso de uma outra pessoa, a lei o trata com severidade. Mas quando um homem seduz e rouba a esposa de um outro homem e rouba dos filhos a mãe, provavelmente escapará de qualquer punição. Entretanto, em termos do mal provocado e da destruição da felicidade humana, o primeiro crime é insignificante em comparação com o segundo." - John Wenham

E, nessa linha de pensamento, incluo também o divórcio, pois praticamente ninguém se divorcia para ficar solteiro ou sozinha. Todos, em princípio, já têm um ou uma pretendente nova, se é que já não fez a ele ou ela um "juramento" de romper o seu casamento para viverem finalmente juntos e para sempre (a mesma promessa feita e não cumprida ao primeiro(a) cônjuge. 

O divórcio rouba dos filhos o pai e/ou a mãe, e, em muitos casos, até mesmo os dois; e dos maridos e esposas parte de si mesmo, como afirmou o Senhor Jesus:

"Ele respondeu: "Vocês não leram que, no princípio, o Criador 'os fez homem e mulher' e disse: 'Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne'? Assim, eles já não são dois, mas sim uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, ninguém separe" [Mt 19.4-6].

O problema é que muitos alegam não terem feito uma boa escolha, mas, quem garante que não o farão novamente? Se os critérios de escolha fossem a observância da palavra de Deus, em oração e prudência, e não meramente a carnalidade (podendo ser simplesmente o impulso carnal), muita coisa seria diferente; inclusive, o poder para suportarem-se mutuamente nas várias dificuldades que haveriam de surgir.

De outra maneira, há crentes que se aventuram a um risco desnecessário, como se dispusessem a participar de uma "roleta-russa", ao casarem-se com incrédulos apostando na possibilidade de Deus vir a convertê-los um dia [leia 1 Co 7.16]. Conheço o testemunho de muitos irmãos e irmãs que escolheram esse caminho errado e pagaram um preço alto, às vezes resultando no divórcio e em um lar desfeito, em filhos que rejeitam o Evangelho exatamente pelo mau testemunho dos pais divorciados, entre outros tantos problemas.[2] Eventualmente, Deus pode derramar a sua graça sobre o cônjuge incrédulo, convertendo-o, e pode valer a pena dizem, mas deixará para trás, quase sempre, um rastro de destruição e de incredulidade pelo caminho. Porém, não vale o perigo de ser a causa para o endurecimento ainda maior do coração incrédulo; e nada disso aconteceria se o cristão não se rebelasse contra Deus, não se dispusesse a ser independente ou autônomo, esperando que o Senhor "abençoasse" uma união biblicamente reprovável.

O adultério é apenas mais um pecado cometido pelo afastamento da vontade divina, a rebeldia que muitos dizem não ter mas têm-na dissimuladamente, uma forma de se omitir da responsabilidade, a principal causa e origem das outras péssimas escolhas que fazemos.[3]

Infelizmente, o padrão vigente em boa parte da igreja e em boa parte dos cristãos atualmente reflete a sua adequação ao "estilo secular e mundano de vida", e o desprezo a Deus e sua vontade expressamente revelada, a qual finge-se não ler, saber ou existir.

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Notas:
[1] Não duvido da autoria do texto, de que seja realmente de John Wenham, por conhecer e confiar em quem o citou, o Eric N. de Souza, autor do blog "Outdoor Teológico", apenas não a confirmei.
[2] Tratei da questão do casamento misto na postagem "Pode o Cristão se casar com uma incrédula?"
[3] É claro que, como calvinista, acredito que tudo, inclusive a rebeldia do homem, está dentro do decreto eterno de Deus, mas isso, de maneira alguma, eximi-nos da responsabilidade pelos nossos atos, logo, a desculpa de que Deus quis assim é apenas "furada", e coloca o seu proponente em mais uma categoria, a dos "infantes na fé", senão, dos cínicos. 

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Autor: Jorge Fernandes Isah
Fonte: Kálamos
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Ateísmo, Moralidade, Lei e Estado

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O presente artigo faz parte do livro “Cristianismo e Estado”, de Rousas John Rushdoony, a ser publicado em breve pela Editora Monergismo. Tradução de Fabrício Tavares de Moraes, co-editor do blog Bereianos.


ATEÍSMO, MORALIDADE, LEI E ESTADO

A ascensão do antinomianismo nas fileiras da igreja possibilitou a ascensão do estado humanista. Visto que toda moralidade e lei se assentam sobre premissas religiosas, para a igreja, o colapso da aplicação universal da lei de Deus resultou na sua total irrelevância nas questões de ordem social; na negação do poder soberano de Deus sobre todas as instâncias, incluindo a lei e o estado; e, por fim, no recuo para o politeísmo prático. Nos Estados Unidos, 50 milhões de membros de igrejas evangélicas que deveriam ser defensores dos direitos reais do Senhor sobre o governo civil são completamente indiferentes à realeza de Cristo. Por conseguinte, o governo civil espelha antes os princípios do ateísmo do que os da fé bíblica.

Ora, tanto os evangélicos quantos os modernistas colaboram na afirmação do antinomianismo. Andrew Jackson Young, no período em que atuou como embaixador dos Estados Unidos nas Nações Unidas, expressou, numa entrevista, a seguinte “confissão de fé”:

“Para mim, a moralidade é raciocinar claramente através das alternativas e assim fazer uma decisão que é a melhor para o maior número de pessoas... Aprendi minha política externa nas aulas de teologia, e não na igreja. Eu estava lendo Reinhold Niebuhr, Paul Tilich, Dietrich Bonhoeffer... Meu entendimento acerca de Jesus Cristo é que Ele veio para cumprir a lei. E tu estás a falar com base na lei moral, na qual eu não creio.”

Ora, somos salvos pela graça de Deus na e por meio da expiação de Cristo; todavia, não somos salvos a fim de sermos desregrados, mas, sim, fiéis à retidão ou justiça de Deus tal como estabelecidas em Sua lei. A lei é, pois, nosso meio de santificação.


As raízes históricas do humanismo se estendem nas profundezas da história; na verdade, sua primeira declaração se encontra em Gênesis 3:5 – cada homem como seu próprio deus, conhecendo ou determinando o bem e o mal para si mesmo. O ateísmo é um desenvolvimento lógico e tardio na história do humanismo. Embora tenha sido uma tendência um tanto vaga na história ocidental, foi somente no século XIX, ou nos fins do século XVIII, que se tornou um movimento aberto e manifesto.

Foi em Ludwig Feuerbach (1804-1872) que o ateísmo encontrou seu filósofo e sua clássica expressão. Ora, Feuerbach considerava a ideia de Deus como uma objetificação das ideias e ideais humanos. Destarte, para ele, a ideia de Deus era um produto da experiência humana. Aquilo que o homem diz acerca de Deus revela aquilo que sente com relação a si próprio; desse modo, quando a teologia afirma: “Deus é amor”, tudo que temos aqui é uma revelação de quão importante é o amor para o ser humano. Portanto, para Feuerbach, todas as afirmações teológicas eram manifestações psicológicas. Para Karl Marx, valendo-se de Feuerbach, as afirmações teológicas eram expressões da mitologia exploradora das classes dominantes, de maneira que, segundo seu entendimento, a religião era o ópio do povo.

Para os philosophes franceses, a crítica da religião era o ponto de partida da filosofia. O homem autônomo somente poderia ser livre com a morte de Deus. Bakunin, o anarquista, defendia: “Se há um Deus, o homem é um escravo; todavia, o homem é livre, portanto, não há Deus”. Partindo da premissa da inexistência de Deus e da autonomia e liberdade do homem, Feuerbach reduziu a ideia de Deus à experiência humana. Tal redução colocou a psicologia humana na linha de frente, como se fosse a chave interpretativa da vida; e, com Freud, por seu turno, a psicologia substituiu a filosofia e a religião como força cultural central.  

Com o ateísmo, a lógica do humanismo veio claramente à tona. Benjamim Franklin foi um dos primeiros defensores da moralidade humanista; seu famoso provérbio, “a honestidade é a melhor política”, sumariza essa nova fé. Assim, a honestidade agora se assenta não no mandamento divino, mas na utilidade humana. O fator chave é a melhor política; para Franklin, a honestidade, de fato, era a melhor política, mas para Nietzsche, todavia, a desonestidade veio substituí-la como uma forma moral, isto é, como a melhor política. O resultado foi o triunfo das leis humanistas, que assumiram o lugar da lei de Deus, e a ascensão das razões de estado como a base lógica da lei. O estado moderno legisla, atua e planeja como se não existisse Deus; sua premissa básica e implícita é que Deus e o cristianismo estão ambos mortos. 

Como resultado, temos, então, um novo estabelecimento da religião que subjaz à lei, a saber, o estado humanista e ateísta. Ao mesmo tempo, o ateísmo como força organizada retrocedeu[1], visto que seu êxito estonteante tornou desnecessária qualquer causa ateísta formal. Suas premissas fazem parte agora da igreja, do estado e da escola.

A era vitoriana rompeu com o cristianismo, embora dissimuladamente demonstrasse respeito a ele mediante a observância superficial das formas morais. Seus objetivos religiosos eram helenistas, e sua pátria espiritual era antes a Grécia e Atenas antigas do que Israel e Jerusalém. Desde então, paulatinamente, as formas superficiais de cristianismo também foram desaparecendo, até que, conforme MacIntyre assinalou, “chegasse ao ponto no qual a física e a política – usando aqui ambos os termos no seu sentido mais lato – definissem um mundo no qual não há lugar algum para o teísmo”. O homem autônomo agora cria suas próprias leis; declara sua liberdade com relação a Deus, bem como sua liberdade em aceitá-Lo ou rejeitá-Lo. A ênfase arminiana no livre-arbítrio apoia e coexiste pacificamente com o ateísmo. Citando MacIntyre novamente:

Mas caso se exclua a possibilidade de opção por crenças em verdades de tipo factual, segue-se que é impossível que tal crença excluída tenha, como seu objeto, verdades de tipo factual. Consequentemente, se a moderna teologia cristã considera a crença cristã como uma dessas crenças que não são passíveis de opção, por conseguinte, as verdades da ortodoxia cristã devem ser tomadas como algo outro que não do tipo factual.

Os líderes eclesiásticos paulatinamente diluíram o conteúdo do cristianismo, de maneira que é justo afirmar que, “cada vez menos, os teístas estão oferecendo aos ateus algo em que não acreditar”.

Nos dias atuais, a lei tem sido divorciada de Deus, tornando-se, assim, essencialmente ateísta; afinal, ela pressupõe um homem soberano, e não o Deus soberano. Por meio de sua aceitação da lei não-bíblica contemporânea, os ministros cristãos têm assentido ao ateísmo como religião da sociedade. O resultado disto é o desaparecimento virtual do ateísmo como um movimento organizado, visto que nossas igrejas antinomianas advogam precisamente aquilo que o ateísmo se esforçou por implantar, isto é, a substituição da lei bíblica teocrática pela lei estadista-humanista. O ateísmo no século XX conquistou a igreja, o estado e a escola – sua visão de uma ordem social despojada da lei de Deus foi, afinal, concretizada.

Entretanto, o fato mais lastimável de tudo isto é que o antinomianismo pietista foi o maior aliado do ateísmo. Os teólogos da igreja despojaram o mundo da glória e governo de Deus. Frequentemente tais homens me dizem que a ideia de um estado cristão é teológica e escatologicamente impossível. Na “era do Evangelho”, afirmam eles, o mundo está sob o domínio de Satanás. Conforme Arend J. ten Pas demonstra, em The Lordship of Christ [O senhorio de Cristo], trata-se de uma escola de pensamento a qual nega que, nesta era, Cristo possa ser Senhor, ou sequer ser assim chamado.

Nossa atual dificuldade se encontra em desenvolvimento há três séculos, de modo que não desaparecerá da noite para o dia. Ora, há, no pensamento contemporâneo, uma perniciosa falácia que nos foi legada pela Grécia, nomeadamente, o conceito do deus ex machina, isto é, o deus proveniente de máquina. Para os gregos antigos, o universo gerou a si próprio a partir do caos. Os deuses, portanto, não controlavam todas as coisas, mas eram eles próprios governados pelo destino. Como seres superiores, os deuses poderiam, no máximo, interromper por vezes a história e, fora de contexto, resgatar os homens e causas. Destarte, Páris foi arrebatado da morte certa no campo de batalha, sendo transladado para o quarto de Helena e, desse modo, para um encontro mais feliz. Não raro os cristãos anseiam por um resgate semelhante, o qual faz violência ao universo e história providenciais de Deus. Ora, nas Escrituras, não há conflito entre o sobrenatural e o natural, posto que ambos são criação de Deus. Seu modo de atuação com relação a nós, com a história, e com todas as demais coisas se dá geralmente como ensinado em Isaías 28:10: “Preceito sobre preceito, preceito e mais preceito; regra sobre regra, regra e mais regra; um pouco aqui, um pouco ali”. Neste universo de Deus, as paredes são erguidas a partir de sua fundação. Esperar algo diferente é pecado.

Os humanistas, nossos gregos modernos, também sustentam o conceito deus ex machina[2], mas destituído de deuses. Para esses pensadores, a intervenção súbita e salvífica na história se dá por parte do homem, o que significa por meio da revolução. Para Karl Marx, a revolução é o deus grego cuja intervenção ex machina na história corrigirá todos os erros. Os resultados dessa fé foram a servidão e a morte, e não a salvação.

Vários líderes eclesiásticos compartilham dessa fé. Eles estão inclinados a pensar em resistência armada quando nem sequer trabalharam com base na lei de Deus, nem se valeram dos meios legais que lhes estão disponíveis. Com efeito, Deus não honra esse atalho humanista.  

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Notas:
[1] É necessário ter em mente o momento histórico no qual Rushdoony teceu essas conclusões. Afinal, diferentemente de seu diagnóstico da situação, atualmente nos deparamos com o chamado “Ateísmo Militante” ou “Neoateísmo”, um movimento cujas raízes e motivações são antes de natureza emocional (ou política) do que necessariamente intelectual. As obras de críticos da religião como Sam Harris, Richard Dawkins, Christopher Hitchens e Daniel Dennett (os chamados “Quatro Cavaleiros do Apocalipse”) são extremamente populares, não obstante, com exceção talvez de Dennett, não existir nelas quase nenhum embasamento filosófico ou teológico sólido. É interessante notar que tais pensadores e suas críticas receberam atenção no contexto cultural e midiático mundial especialmente a partir dos atentados terroristas do 11 de setembro de 2011, os quais, conforme sabemos, foram levados a cabo por razões geopolíticas e principalmente religiosas. Destarte, a religião passou desde então a ser ojerizada e considerada, especialmente pelo meio acadêmico científico, como um elemento essencialmente causador de distúrbios, violência e conflito. Para uma crítica e refutação desses autores, ver: A morte da razão, de Ravi Zacharias; A verdade sobre o cristianismo, de Dinesh D’Souza; Progresso e Religião, de Christopher Dawson; e O livro que fez o seu mundo, de Vishal Mangalwadi (Nota do Tradutor).
[2] Deus ex machina, ou deus proveniente de máquina, era um recurso utilizado pelos dramaturgos gregos, especialmente nas tragédias, a fim de proporcionar o desenlace de uma situação que havia se enredado a tal ponto, que nenhuma solução ou alternativa possível (tomando em consideração a estrutura narrativa interna) se lhe apresentava. Destarte, quando destes nós narrativos indesatáveis, os dramaturgos, mediante máquinas e engrenagens, literalmente faziam descer ao palco uma figura representando alguma divindade, a qual, imediata e prontamente, resolvia todos os conflitos de modo maneira miraculosa. Aristóteles, em sua Poética, critica a utilização desse recurso, visto que não somente rompe com o princípio da verossimilhança, mas também demonstra a precariedade da técnica narrativa do autor: “Tanto nos caracteres como na estrutura dos acontecimentos, deve-se procurar sempre ou o necessário ou o verosímil de maneira que uma personagem diga ou faça o que é necessário ou verossímil e que uma coisa aconteça depois de outra, de acordo com a necessidade ou a verossimilhança. É claro que o desenlace dos enredos deve resultar do próprio enredo e não de uma intervenção ex machina, como na Medeia ou como na Ilíada na altura do embarque” (ARISTÓTELES, 2008, p. 68). Ana Maria Valente, em seu comentário ao trecho acima, explica: “A expressão consagrada ex machina resulta do uso de uma espécie de plataforma (mechane) para pôr em cena uma divindade (ou mais), geralmente para anunciar a resolução do conflito e inaugurar um culto. Na tragédia de Eurípides, aqui citada, é Medeia que, não obstante ter acabado de sacrificar os próprios filhos, aparece no carro do Sol (ou Hélios, pai de seu pai), com os cadáveres dos filhos, dizendo que nele irá para a terra de Erecteu, defendendo-se assim de mãos inimigas. Agindo como um deus ex machina, anuncia ainda a instituição do culto dos filhos em Corinto. Quanto à Miada (11.110-206), trata-se de uma situação diversa: quando os soldados se preparavam para a retirada a que Agamémnon os incitara, apenas para os pôr à prova, Atena inspira a Ulisses um discurso que os leva a perseverar no cerco de Tróia” (nota de rodapé 76). Edição consultada: ARISTÓTELES. Poética. 3.ed. Tradução e notas Ana Maria Valente. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2008. No presente caso, Rushdoony critica a esperança pietista que, em vez de se lançarem num esforço produtivo e bíblico em prol da verdade e da manifestação do Reino de Deus, espera, de maneira ociosa e ingênua, uma intervenção divina direta, que ignora a ação providencial de Deus no cosmo (Nota do Tradutor).

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Autor: Rousas John Rushdoony
Fonte: Christianity and the State
Tradução: Fabrício Tavares de Moraes
Divulgação: Bereianos
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Teologia da Missão Integral e Teologia da Libertação: de onde saíram?

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A boa teologia deve partir da revelação de Deus. O próprio termo teologia atesta e pressupõe este fato. Como diz a Escritura:

"As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei." (Dt 29.29).

Qualquer proposição ou construção teológica, reivindicando-se verdadeira, NÃO pode ter origem, portanto, em qualquer outro lugar. 

A ideia de uma teologia latino-americana, que dá ocasião à Teologia da Libertação (no catolicismo) e à Teologia da Missão Integral (no protestantismo), aponta para uma construção teológica que parte de um recorte sócio-econômico, no caso, situado no continente sul-americano. Mas, ainda que a posição teológica partisse de outro local do globo e de outra realidade social, o resultado da teologia estaria comprometido desde o início em virtude dos pressupostos empregados e do recrutamento de suas asserções hermenêuticas fundamentais, ou seja, seria errado desde o início por causa do método. 

A Teologia da Missão Integral (TMI) e sua irmã católica, a Teologia da Libertação (TL) são sistemas construídos sobre premissas marxistas, conforme testemunha, em alto e bom som, o maior representante atual da TMI no Brasil, Ariovaldo Ramos, him self [1]. Elas pressupõem [o que julgam ser] disfunções sócio-econômicas como o seu referencial teórico e, a partir dele, orientam a reflexão teológica resultando em um sistema que:

  • Adota uma cosmovisão flagrantemente antibíblica - o marxismo - como lente interpretativa; 
  • Entende "justiça social" como a redistribuição coercitiva de renda;
  • Posiciona o Estado como o agente de caridade; 
  • Direciona conclusões originadas na ideia marxista de luta de classes; 
  • Expande a ideia de luta de classes para confrontos em outras instituições, como a família; 
  • Coloca-se favorável a modelos de governo irrefutavelmente corruptos, totalitários, ditatoriais, imorais, ladrões, sanguinários e perseguidores oficiais de cristãos; 
  • Defende abertamente o comunismo tanto pela declarada afeição aos referidos governos quanto pelo alinhamento ideológico e pessoal a ditadores de esquerda.
Diante disso, tanto a TMI quanto a TL são abominações. Com efeito, não deveriam sequer ser chamadas de teologias: suas estruturas doutrinais não partem da revelação de Deus, mas de outro ponto. A TMI e a TL são, assim, anomalias.

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Notas: 
1. Ariovaldo Ramos e a Base Marxista da Teologia da Missão Integral. Disponível em: <https://m.youtube.com/watch?v=EC7onU_jSWA&feature=youtu.be>. Acesso em: 21.04.2016.

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Autor: Paulo Ribeiro
Fonte: Teologia Expressa
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Bela, recatada e do lar – Você acha que é bonito ser feio?

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Bela, recatada e do lar – Você acha que é bonito ser feio?

Uma nota no jornal e milhões de comentários inflamados. Qual o problema mesmo?

Quem diria que chegariam tempos em que precisaríamos defender a beleza, a decência e a família. Pois bem, eis que esses tempos chegaram!

Tempos de completa desestruturação de todo tipo de valor. As ‘belas-artes’ são um amontoado de formas grosseiras, desconexas e agressivas. Os valores são relativos. A família é (ou simplesmente não é) à gosto de cada um. Certamente os atributos dignos de exaltação pelos que professam ódio mortal pelos adjetivos ‘bela’, ‘recatada’ e ‘do lar’ sejam ‘feia’, ‘depravada’ e ‘anti-família’. 

Sobre a pessoa que ensejou tamanho burburinho, nem saberia dizer se é realmente ‘bela, recatada e do lar’ (e isso é completamente irrelevante). O importante é entender o porquê de tamanha reação e, no final das contas, chegar à conclusão sobre que mal há e que virtude existe em cada uma dessas qualidades.

Que mal há em ser bela? Que mal há em ser recatada? Que mal há em ser do lar?

Procurei, mas não consegui encontrar nada negativo para escrever sobre essas três qualidades. Por outro lado, poderia facilmente escrever muitos e muitos parágrafos sobre os males infindáveis de ser ‘desagradável’, ‘despudorada’ e ‘anti-família’, mas creio que um pouco de bom senso do leitor é suficiente para preencher rapidamente essas lacunas.

Pobre geração de mulheres. Conseguiram convencê-las de que é bonito ser feio. De que é cool ser depravada. E de que essa história de família não passa de conversa fiada pra oprimir.

E esse é bem o discurso do movimento ‘pró-mulher’ mais anti-mulher da humanidade. Que ao fazer do ‘machismo’ o demônio de todas as mulheres, conseguiu convencê-las que não havia valor na delicadeza com a qual Deus a havia criado. O movimento que conseguiu convencer as mulheres de que liberdade e felicidade só seriam conseguidas através da completa libertinagem. O movimento que conseguiu convencer as mulheres de que a família era uma invenção que visava seu mal e de que a sua condição biológica (maternidade) era um grande empecilho para a sua plena realização e competição no mundo.

Jogaram a mulher contra ela mesma. Elas viraram suas maiores inimigas quando decidiram se expor, se entregar e se deixar usar indiscriminadamente. Viraram suas maiores inimigas quando negaram a si mesmas o acolhimento e a companhia de uma relação familiar saudável. Viraram suas maiores inimigas quando negaram a si mesmas o prazer e o vínculo da maternidade. Terminarão suas vidas usadas, mal-amadas e sozinhas.

E o que é ser bela?

Bela é o adjetivo da pessoa agradável, que desperta admiração ou prazer. 

Ser bela é presentear o mundo com nossa existência e não tem nada a ver com ser oprimida pela ditadura da beleza (1,70 de altura, 60 kg, loira, olhos claros). Beleza vai além da aparência exterior. Essa é uma sabedoria já registrada nos ditados populares. A beleza tem a ver com um conjunto em que as qualidades de espírito influenciam diretamente sobre as qualidades físicas. Beleza vem de dentro e é a capacidade de ser agradável e de dar prazer aos que estão ao nosso redor através daquilo que somos – nossa personalidade.

As mulheres desistiram de ser belas e se contentaram em ser podres e desagradáveis versões femininas de sepulcros caiados cobertos por uma espessa camada de base translúcida da MAC e 300 baforadas de 212 Sexy. Desculpe-me, mas isso não é beleza.

O mundo precisa de mais mulheres belas de verdade. Pessoas (homens e mulheres) agradáveis, que despertam a admiração, que dão prazer em conviver. Ninguém em sã consciência se oporia a isso.

O que é ser recatada?

Recatada é o adjetivo da pessoa discreta, decente, modesta, reservada. É a qualidade de quem tem pureza, honestidade, pudor. Ser recatada é cuidar de si mesmo. É guardar-se, preservar-se. É valorizar sua dignidade, dignidade concedida por Deus ao criá-la à Sua imagem e semelhança. 

Ao permitir ser usada e abusada indiscriminadamente em nome de uma liberdade fajuta, a mulher concedeu voluntariamente o direito de ser machucada, tratada indignamente, desvalorizada. Se a mulher soubesse o bem que faz a ela mesma ao se resguardar, jamais desprezaria o cuidado consigo mesma e a preservação da sua pureza. 

O que é ser do lar?

Do lar é o adjetivo daquela cuja atividade é cuidar do bem-estar da família. É amar e dedicar-se prioritariamente ao que é mais propriamente seu – sangue do seu sangue, carne da sua carne. É valorizar o núcleo mais básico da sociedade e entender a função social de quem tem o cuidado de uma família nas suas mãos. É entender que o sucesso em qualquer outra atividade não compensa o fracasso dentro de casa. Que os sentimentos genuínos de alegria, amor e satisfação não podem ser substituídos por status, dinheiro, poder. E que colocar o lar como prioridade não significa ser intelectualmente limitada, emocionalmente dependente ou produtivamente desambicionada.

As futuras gerações são entregues à própria sorte à medida em que as mulheres negam sua importância no lar. Gerações terceirizadas, concebidas em laboratório, educadas por empresas, programadas por estranhos. Uma tragédia anunciada para a sociedade.

E o que a Bíblia diz?

Por ‘ironia do destino’, os adjetivos ‘bela’, ‘recatada’ e ‘do lar’ são exatamente os adjetivos recorrentes nas Escrituras quando se trata de feminilidade. Para longe de valores machistas, estes são valores Bíblicos.

"A beleza de vocês não deve estar nos enfeites exteriores, como cabelos trançados e joias de ouro ou roupas finas. Pelo contrário, esteja no ser interior, que não perece, beleza demonstrada num espírito dócil e tranquilo, o que é de grande valor para Deus."1 Pedro 3:3,4
"Como anel de ouro em focinho de porco, assim é a mulher bonita, mas indiscreta." - Provérbios 11:22
"As mulheres mais jovens a amarem seus maridos e seus filhos, a serem prudentes e puras, a estarem ocupadas em casa, e a serem bondosas e sujeitas a seus próprios maridos, a fim de que a palavra de Deus não seja difamada."Tito 2:4,5

E caso você faça parte do grupo que pensa que a Bíblia é um livro machista que visa e perpetua o mal contra as mulheres, convido-a a arrazoar com franqueza quais valores realmente beneficiam a mulher. 

Beleza, recato e domesticidade não são valores opressores, limitadores e discriminatórios. Pelo contrário, são valores que visam o bem maior da mulher, que reconhecem seu valor e seu papel fundamental no seio sociedade.

Por mais mulheres belas, recatadas e do lar! 

As mulheres precisam disso e a sociedade agradece.

Deus me ajude a cada dia a ser um pouquinho mais de cada.

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Autor: Renata Veras
Fonte: Mulheres em Apuros
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A melhor forma de governo

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No último capítulo indicamos as principais funções do estado segundo a concepção calvinista. Neste capítulo demonstraremos que tipo de estado o calvinista poderia considerar ideal – o que é ordenado por Deus – para consumar as suas funções. Se o mundo não tivesse caído em pecado não haveria a possibilidade da incerteza quanto à forma ideal de estado. Este seria um estado mundial, um império mundial: o Reino de Deus. A forma de governo seria monárquica, com Adão à cabeça do império. Na nova terra haverá outras vezes um império mundial sob o segundo Adão – como rei. Mas nesta terra de pecado não poderá se estabelecer o estado mundial disposto por Deus. Para minimizar de algum modo a corrupção do homem, na torre de Babel, Deus dividiu os povos da terra em diferentes nações e línguas. Todavia, vários foram os intentos para conseguir um império mundial. O Anticristo com o recurso da força tratará de estabelecer um império; mas, este império será destruído por Cristo. Pode se dizer que Calvino favoreceria a formação de estados não tão extensos e poderosos, para que assim pudesse eliminar o perigo inerente em toda concentração excessiva de poder governamental. 

A inconsistência da ciência sem Deus

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É importante deixar claro também que o conhecimento cientifico é a obediência ao mandato cultural de Gênesis 1:26.


Recentemente, a revista VEJA publicou uma entrevista com o astrofísico americano Neil Degrasse Tyson, com a frase: “Não vejo evidências que corroborem a existência de Deus” estampada.

O que este artigo visa não são argumentos a posteriori para a existência de Deus, nem tampouco apresentam uma solução sobre o que os filósofos chamam de “problema do mal” (Se bem que se há algum problema, o problema é deles!), que foi o que astrofísico tanto frisou em sua entrevista, e muito menos mostrar a falibilidade do método cientifico.

Talvez em outra oportunidade eu possa tratar dessas coisas, mas no momento o meu objetivo principal neste artigo é demonstrar a inconsistência da ciência à parte de Deus, como bem já apresentou o título, e como a ciência é possível somente com Deus.

O presente artigo também não tem por finalidade fornecer argumentos exaustivos sobre o assunto (apesar de este ser o meu desejo, mas não vejo momento propício para isso); antes, procura ser objetivo e direto em poucas linhas.

Alguns poderão achar prepotência da minha parte, afinal, não é comum um jovem de 18 anos de idade querer ensinar algo à um astrofísico de 56 anos; mas não nego que renomeados intelectuais incrédulos são verdadeiramente inteligentes no sentido de que fazem uso extremamente sofisticado e engenhoso das suas faculdades mentais, mas são estultos em rejeitar o óbvio e demonstrarei isso aqui. Mas, por que homens inteligentes fogem tanto de Deus? Porque estão determinados a serem antes “modernos” que fiéis à Palavra de Deus.

É importante deixar claro também que o conhecimento cientifico é a obediência ao mandato cultural de Gênesis 1:26 quando no versículo, existe uma ordem explícita para “dominarmos sobre a terra”. Sim, os cientistas incrédulos cumprem o plano pactual de Deus mesmo sem saber!

Um breve resumo das origens da ciência moderna

Alfred North Whitehead, um renomeado pesquisador na área da filosofia da ciência, diz na sua exposição do tema “Ciência e o mundo moderno” que o Cristianismo é a mãe das ciências, por causa da insistência da Idade Média na racionalidade inteligível de Deus”. Whitehead também falava da confiança “na racionalidade inteligível do ser pessoal”.

Naquelas palestras, ele também dizia que foi graças à racionalidade de Deus que os primeiros cientistas conseguiram manter a sua “confiança inexpugnável em que qualquer evento detalhado pode ser correlacionado com antecedentes, de forma perfeitamente definida, exemplificando princípios gerais. Sem esse tipo de fé, todos os inacreditáveis esforços dos cientistas seriam em vão”. Em outras palavras, os primeiros cientistas não ficavam nada surpresos em descobrir que era possível alguém achar algo de verdadeiro sobre a natureza e o universo com base na razão, e o motivo disso era a crença de que o mundo foi criado por um Deus inteligível.

Vivendo com a concepção de que o mundo foi criado por um Deus inteligível, os cientistas podiam progredir com confiança, na expectativa de poder descobrir coisas acerca do mundo por meio da observação e experimentação. Esta era a sua base epistemológica – os fundamentos filosóficos que lhe davam a certeza de que podiam desenvolver conhecimentos (epistemologia é a teoria do conhecimento – como sabemos, ou como sabemos que podemos saber).

Já que o mundo foi criado por um Deus inteligível, esses cientistas não ficavam surpresos por encontrar uma correlação entre eles enquanto observadores e a coisa observada – isto é, entre o sujeito e objeto. Este fundamento serve de norma para toda pessoa ou coisa, no âmbito da estrutura de pensamento cristão, não importa se está observando uma cadeira ou as moléculas que compõem uma cadeira. Sem este fundamento, não teria nascido a ciência moderna no mundo ocidental.

Francis Bacon, considerado o fundador da ciência moderna, levava a Bíblia a sério, sobretudo a temática sobre a queda do homem em Adão, isto é, a rebeldia do homem na história. Em Novum Organum Scientiarum, ele afirmava que: “com a queda, os homens perderam o seu estado de inocência e, ao mesmo tempo, o seu controle sobre a criação. Ambas as perdas, entretanto, podem, em parte, ser reparadas ainda neste mundo; a primeira pela religião e fé e a última, por meio das artes e ciências”. Note que Bacon não vê a ciência como autônoma. O homem não é autônomo – inclusive sua ciência. O homem, portanto, deve levar a sério o que a Bíblia ensina sobre a História e sobre o que ela diz ter ocorrido no cosmos.

Citando novamente Bacon: para concluir, portanto, não podemos deixar nenhum homem, por pretensões insanas à sobriedade, ou uma doentia moderação aplicada, pensar ou sustentar que o homem possa ir longe demais na pesquisa ou ser excessivamente entendido no livro das palavras de Deus ou no livro das obras de Deus”. Para Bacon, o “livro das palavras de Deus” é a Bíblia; “o livro das obras de Deus” é o mundo que Deus criou.

Portanto, para Bacon, bem como para os demais cientistas que trabalhavam a partir do fundamento cristão, não havia, em última instância, nenhuma separação ou conflito entre os ensinamentos da Bíblia e da ciência. Eles defendiam uma concepção de uniformidade das causas naturais em um sistema aberto, ou, como também pode ser dito, eles defendiam a uniformidade das causas naturais em um espaço de tempo limitado e somente o cristianismo pode servir de base para isso.

A uniformidade da natureza

A uniformidade da natureza é o fundamento de toda a ciência, isto é, pressupor que o universo seja lógico e ordenado, e que siga as leis matemáticas constantes sobre o tempo e o espaço. A uniformidade simplesmente insiste que as leis da natureza são consistentes e não mudam arbitrariamente no tempo ou no espaço, embora condições e processos específicos possam mudar. O astrofísico citado no início do artigo demonstra implicitamente isso na entrevista completa concedida ao afirmar sobre as predições que a ciência pode fazer.

Essas predições só podem existir se houver certa regularidade no universo. O problema para o ateísmo é que tal regularidade somente faz sentido numa cosmovisão de criação bíblica.

Numa cosmovisão ateísta, o mundo dos “fatos” surge do “caos” – isto é o acaso final. E consequentemente, assume que a realidade não é divinamente criada e controlada de acordo com o plano de Deus. Contraditoriamente, ele assume fazendo ciência que a realidade é segundo toda racionalidade constituída.

Pois se o mundo não fosse racional, ou como eu disse “uniforme”, não poderia haver ciência. Em contrapartida, para os cristãos, a uniformidade da natureza repousa sobre o plano de Deus. A coerência que ele vê é tomada como analógica de resultado da absoluta coerência de Deus na criação do universo.

A tarefa do cristão, nas ciências, é a de descobrir a estrutura do mundo, ordenada por Deus. Para o cristão, o homem e o mundo são feitos um para o outro, de maneira que as habilidades racionais do homem são aplicáveis ao mundo à medida que o homem “domina a terra”.

Esses princípios cristãos são absolutamente essenciais para a ciência. Quando executamos um experimento repetidamente, nas mesmas condições anteriores, esperamos que ele tenha os mesmos resultados todas às vezes. Os cientistas são capazes de fazer predições apenas porque existe uniformidade como resultado do poder consistente e soberano de Deus.

A experimentação científica seria inútil sem uniformidade; nós obteríamos resultados diferentes toda vez que realizássemos o mesmo experimento, destruindo a própria possibilidade do conhecimento científico. Se por hipótese Deus não existisse, a alternativa seria dizer que tudo é ordenado por acaso, todo pensamento é fútil e todos os juízos éticos são nulos e vazios.

É bom deixar claro que eu não estou dizendo que aqueles que rejeitam a cosmovisão cristã não fazem ciência. O que estou dizendo é que um cientista é inconsistente quando não professa o cristianismo. Ele alega que o universo não é projetado, mas faz ciência como se o universo fosse projetado e mantido uniformemente por Deus.

Em Gênesis 8:22, Deus promete que podemos ter em vista certo grau de uniformidade no futuro. Sem a criação bíblica, a base racional para a uniformidade está perdida! A escolha é simples: Deus e a inteligibilidade do Universo ou o Caos e a ininteligibilidade do Universo.

A idolatria científica

O coração do homem é uma fábrica de ídolos, escreveu Calvino. O grande problema de boa parte dos cientistas modernos é a idolatria. A perda total de significado implícita no ateísmo é demais para que muitos suportem. As pessoas precisam de alguns valores, alguns padrões, algumas maneiras para orientarem suas vidas. Entre essas pessoas, aqueles que continuam a resistir à crença no verdadeiro Deus tornam-se inconsistentes quanto ao seu ateísmo. Se não querem o verdadeiro Deus, terão de procurar outro.

E um dos deuses deste século é a ciência moderna à parte de Deus. A ciência não cristã é amplamente divinizada e cultuada, mas agora está mais vulnerável do que em todos estes últimos quatrocentos anos. O compromisso do coração do descrente é opor-se a Deus, e, assim, ele procura fugir da sua responsabilidade de obedecer qualquer lei escriturística, inclusive as normas requeridas para o conhecimento. Mas ele não pode ter sucesso. Na verdade, ele não pode nem sequer atacar a lei sem presumir sua verdade, tornando dessa maneira o seu pensamento duvidoso.

A queda do homem no Éden foi uma tentativa de independência de Deus em cada aspecto da vida. O homem buscou seus próprios ideais de verdade em algo fora de Deus, diretamente dentro de si mesmo (racionalismo), ou indiretamente no universo ao seu redor (empirismo). Originalmente, o homem havia interpretado o universo sob a direção de Deus, mas agora busca interpretar o universo sem referência a Deus.

O homem fez de si mesmo um ideal falso de conhecimento, um ideal de compreensão absoluta não derivativa. Ele nunca teria feito isso se mantivesse o reconhecimento de sua condição de criatura. O homem buscou um ideal inatingível, e o resultado? Uma miséria intelectual sem fim.

Cristo, É o Senhor soberano de tudo, inclusive do nosso pensamento. Intelectuais são geralmente orgulhosos de sua autonomia e esse orgulho não pode prevalecer. Nas palavras de John Frame: Deus rejeita a sabedoria do mundo e chama seu povo, oferecendo-lhe uma sabedoria especial, dele próprio, uma sabedoria que se contrapõe agudamente aos valores do mundo. Os crentes são pela sabedoria de Deus e contra o falso ensino, mesmo quando enfrentam os mais difíceis desafios.

Esse assunto é melindroso para os homens modernos; é difícil apresentar de modo atraente o autoritarismo intelectual! Liberdade intelectual, liberdade acadêmica, liberdade de expressão e de pensamento – esses são valores importantes em nosso tempo. Podem os homens modernos serem levados adorar um Deus que é um autoritário intelectual? Isso depende, claro, de Deus e de sua graça. O fato é, porém, que esse autoritarismo é a fonte da verdadeira liberdade intelectual.”

Eu reitero dizendo que não há como fugir: Deus é a sua autoridade intelectual ou algum aspecto da realidade criada; se você escolher a segunda opção, você estará condenado a idolatria, e consequentemente, fadado a inconsistência intelectual no mundo de Deus.

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Obras referenciais:
Ciência e o mundo moderno, de Alfred North Whitehead
• Novum Organum Scientiarum, de Francis Bacon
• A Doutrina do Conhecimento de Deus, de John Frame
• Como Viveremos?, de Francis Schaeffer
• O Pastor Reformado e o Pensamento Moderno, de Cornelius Van Til

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Sobre o autor: Gabriel Reis é aspirante ao ministério pastoral na 1ª Igreja Presbiteriana do Brasil em Duque de Caxias-RJ. Graduando em filosofia pela UFRJ. E fundador da Página Apologética Reformada.
Revisão: Raquel Magalhães
Fonte: Gospel Prime
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Qual é o ponto, Ariovaldo?

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Ariovaldo Ramos, principal expoente da Teologia da Missão Integral no país, compartilhou em seu Facebook o vídeo com o pronunciamento da presidente Dilma Rousseff sobre o processo de impedimento de seu governo (veja). Na legenda do post, Ariovaldo exclama: “Esse é o ponto!”. Ao terminar de assistir ao pronunciamento da ilustríssima presidente perguntei a mim mesmo: Qual é o ponto que o Ariovaldo quis salientar? 

O vídeo possui 6 minutos de muita mentira, cada minuto equivalente aos 6 anos em que está no poder, mentindo pra caramba! Novamente fala que se ela sair, os que governarão em seu lugar vão cortar o Bolsa Família, O Minha Casa, Minha Vida e entregar o pré-sal ao capital estrangeiro. O mesmo "terrorismo" já visto em campanhas eleitorais. Seria esse o ponto, Ariovaldo?

Para deslegitimar o processo de impedimento, Dilma diz que ele é articulado por golpistas que querem sentar na sua cadeira e presidir o país passando por cima das eleições. Mas espera um pouco: Há 16 anos atrás quando o PT protocolou 4 pedidos de impeachment contra FHC, e os tucanos o chamavam de golpistas, o então deputado José Genuíno afirmava que eles não faziam nada fora da Constituição. Ah! E na ocasião os petistas se aproximaram do PMDB e de Temer para tentar impedir o mandato de um presidente eleito pela maioria nas urnas. Que curioso, não? Lembrando que não é apenas o voto do povo que legitima um mandato até o fim. Segundo nossa Constituição (artigos 85 e 86) o presidente deve se legitimar em exercício, isto é, fez “besteira”, pode ter o mandato interrompido. Então, Ariovaldo, você que fala a favor da democracia, explica aí: Qual é o ponto?

Continuar dizendo que o impeachment é golpe é chamar o brasileiro de estúpido. Além de ferir o órgão máximo do judiciário, que regulamentou o processo. Dois ministros do STF já desmontaram essa falácia, dentre eles o mais antigo dos que lá estão, o ministro Celso de Mello, fez até um vídeo falando da legitimidade do processo. Até a OAB protocolou um pedido de impeachment contra a Dilma. E a mesma OAB redigiu um documento pedindo o afastamento do Eduardo Cunha, demonstrando que sua atuação é jurídica.

E mesmo não envolvida em escândalos de corrupção, como afirma, a presidente será julgada pelo Senado (caso o impeachment passe na Câmara, amanhã) por improbidade administrativa, ou melhor, por crime de responsabilidade fiscal, conforme a Constituição prevê. Isso devido às pedaladas fiscais. "Ah! as pedaladas não são crimes coisa nenhuma!" Amigos, não vamos esquecer que as contas do governo Dilma em 2014 foram rejeitadas pelo TCU (rejeição aprovada por unanimidade). Mas para o petista doente, único ser que acredita em Dilma, a Constituição, o STF, a OAB e o TCU são órgãos golpistas... aiaiaiai...

Agora, diante de tanta inverdade, o Ariovaldo vai e compartilha isso em sua timeline? Por que um pastor ainda replica essas mentiras? Cadê o ethos do cristianismo? Foi engolido pela ideologia? Maldita intoxicação política! Sabe qual é o ponto caro Ariovaldo? A nossa lealdade a um político, partido ou ideologia não pode concorrer com a lealdade devida ao Evangelho, que é a Palavra da Verdade. Friso em letras garrafais: VERDADE!

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Sobre o autor: Thiago Oliveira é graduado em História e especialista em Ciência Política, ambos pela Fundação de Ensino Superior de Olinda (Funeso). É casado e atualmente pastoreia a Igreja Evangélica Livre em Itapuama/PE.
Divulgação: Bereianos
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Sistemas econômicos que não levaram à prosperidade – Socialismo e Comunismo

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O século 20 assistiu a diversos experimentos com o socialismo mar­xista (Alemanha, partes da América do Sul, África) e com o comu­nismo soviético e chinês (União Soviética, Leste europeu e China). Ambos os sistemas se empenharam em abolir a propriedade privada, a fé em Deus e a desigualdade. Como esses dois sistemas econômicos são parecidos em vários pontos, iremos analisá-los em conjunto.

O socialismo é um sistema econômico em que o governo é dono dos meios de produção (as empresas e fazendas), e os bens são quase completamente produzidos e distribuídos sob direção governamental. O comunismo é um sistema econômico em que o governo é dono não somente dos meios de produção, mas também de qualquer outra propriedade, incluindo a mão de obra das pessoas; além disso, o comu­nismo é um sistema político que alega que o verdadeiro socialismo precisa ser implementado por meio de uma revolução violenta, como um passo rumo a uma sociedade utópica futura, sem classes sociais e sem moeda. Em países como a antiga União Soviética e a China, as violentas revoluções comunistas foram seguidas por governos que praticaram assassinatos em massa e usaram o terror para manter a população submissa, o que era considerado necessário até que ela pudesse vir a compreender os benefícios do sistema comunista.

O movimento comunista de Karl Marx foi inaugurado com a publi­cação de um pequeno panfleto, O manifesto comunista (Londres, 1848), no qual ele e Friedrich Engels resumiram a proposição fundamental do comunismo e do sistema marxista. Eles introduziram as suas ideias desta forma:

Toda a história tem sido uma história de lutas de classes, de lutas entre explorados e exploradores, entre classes dominadas e dominantes, em vários estágios do desenvolvimento social; […] tal luta, contudo, agora chegou a um estágio em que a classe explorada e oprimida (o prole­tariado) já não mais consegue se emancipar da classe que a explora e oprime (a burguesia) sem, ao mesmo tempo, libertar para sempre a socie­dade como um todo da exploração, da opressão e das lutas de classes.[32]

A ideia era de que nações rivais e classes econômicas rivais se enfrentavam em uma luta fundamental e histórica pela supremacia. O coletivismo, o autoritarismo e o planejamento governamental de comando e controle seriam todos interconectados e mutuamente reforçadores, todos funcionando juntos como uma força libertadora. Os “capitalistas” gananciosos pelo lucro seriam finalmente derrotados.


A essência do sistema marxista era o conceito de mais-valia,[33] a ideia de que o trabalhador é espoliado porque não recebe o paga­mento do valor inteiro por sua mão de obra e que o juro, o aluguel e o lucro são simplesmente formas de roubar o que pertence, na verdade, ao trabalho.

Marx defendia a tese de que o valor de uma mercadoria podia ser mensurado do ponto de vista das horas de trabalho gastas na sua produção.[34] Se um artigo levasse duas vezes mais tempo para ser pro­duzido que outro, ele valeria duas vezes mais. Seu apelo pela aboli­ção da posse de propriedade (origem do lucro de seus proprietários quando os trabalhadores vinham trabalhar em suas fábricas) originou­-se dessa teoria errônea de que o valor de um produto é determinado pela quantidade de trabalho nele investida. Ele pensava que o dono de uma fábrica ou fazenda não merecia obter nenhum lucro simples­mente pelo fato de ser o dono. Marx não entendia que o valor é sub­jetivamente determinado pelas preferências de quem compra, e não simplesmente pelas horas de trabalho investidas, e que os proprietá­rios mereciam lucrar pelo seu investimento de tempo, esforço, plane­jamento e risco.

A teoria de Marx iniciou políticas que inevitavelmente tomavam dos mais produtivos para subsidiar os menos produtivos. Embora a teoria seja demonstravelmente falsa, ela prevaleceu em muitos países no final do século 19 e, depois, durante quase todo o século 20.

A teoria marxista deu também ao governo o papel fundamental de produzir a igualdade de condições materiais. Somente planejado­res governamentais comunistas poderiam ocupar os altos escalões da sociedade para lidar com a tarefa hercúlea de planejar toda uma economia segundo as capacidades e necessidades e fazer com que tudo resultasse em igualdade. Para dar poder ao governo, a coerção seria necessária e, sim, ovos teriam de ser quebrados para se fazer uma omelete. Porém, nem mesmo Marx fazia ideia de quantos ovos seriam quebrados.

Em sua obra posterior em três volumes Das Kapital (Hamburgo, 1867), Marx e Engels tentaram enumerar os pressupostos centrais do comunismo — valor, exploração e luta de classes — e mostrar como uma ordem comunista poderia se desenvolver. Afirmavam que a histó­ria se movia inevitavelmente para um “proletariado” (a classe operária oprimida) cada vez maior em que “juntamente com a constante dimi­nuição do número de magnatas do capital, que usurpam e monopoli­zam todas as vantagens do processo de transformação, cresce a miséria em massa, a opressão, a escravidão, a degradação, a exploração”.[35]

Finalmente, o proletariado tomaria o poder e uma nova ordem econômica (comunista) haveria de emergir, sem qualquer opressão de uma classe por outra.[36] Nessa nova situação, a riqueza da nação seria finalmente usada para o bem de todos, “de cada um segundo sua capa­cidade, para cada um segundo sua necessidade”.[37]

Sob o comunismo, as pessoas deixariam de ter a liberdade de decidir se queriam trabalhar ou não, porque todas seriam obrigadas a trabalhar. Mas o problema (experimentado hoje por todos os países comunistas) é que as pessoas debaixo do comunismo não têm qual­quer incentivo para trabalhar mais ou para inovar, pois não recebem os frutos do seu trabalho extra. A produtividade inevitavelmente fra­cassa. A abolição da propriedade privada destrói os incentivos.

Marx, no entanto, não enxergava isso. Ele acreditava que a pro­priedade privada prejudicava a natureza humana e que, se pudesse ser abolida, as pessoas naturalmente trabalhariam para o bem da coleti­vidade. Ele escreveu: “A teoria dos comunistas pode ser resumida em uma única máxima: Abolição da propriedade privada”.[38]

As mesmas objeções que levantamos na seção sobre propriedade tribal se aplicam também aqui. Os ensinamentos da Bíblia claramente apoiam um sistema de posse privada da propriedade, refletida no mandamento “Não furtarás” (Êx 20.15), bem como nas muitas leis que regulavam a posse de propriedade. (Sobre o argumento equivocado de que a igreja primitiva praticava uma forma elementar de comunismo, veja adiante, p. 152.)

Mais de um século antes de Marx, John Locke sabiamente havia observado: “Qualquer que seja a extensão de terra que um homem are, semeie, incremente, cultive e cujo produto ele utilize, esta lhe será sua propriedade. Ele, com seu labor, praticamente a cerca, [separando-a] do [que é] comum”.[39] Depois disso, em dezenas de parágrafos, Locke descreve os direitos do homem à sua propriedade.

Não surpreende que as previsões de Marx sobre o surgimento de uma sociedade comunal não tenham se materializado e que a rebe­lião dos operários oprimidos e sua consequente utopia comunista não tenham ocorrido. E não porque a União Soviética do século 20 não tenha tentado realizá-las. A antiga União Soviética foi o primeiro país a aplicar princípios marxistas e um plano racional comunista para operar um sistema econômico inteiro.

Gos” é uma abreviação da palavra russa para governo. Portanto, na União Soviética, “Gosplan” determinava o plano; “Gosten” decretava os preços; “Gosnab” alocava a oferta; e “Gostude” determinava as atribui­ções trabalhistas e os salários. Planejadores governamentais hábeis e experientes entrelaçavam os planos econômicos locais com os planos econômicos regionais, que por sua vez eram entrelaçados com um plano econômico nacional.

Essa estrutura elaborada explica: (1) por que a economia soviética era tão desajeitada a ponto de não conseguir funcionar com eficiência (um crítico poderia dizer que se tratava de um grande emaranhado); e (2) por que os planejadores soviéticos tinham que reescrever anu­almente os seus planos quinquenais. Por que isso não funcionou? É que, novamente, quando todos são proprietários de alguma coisa, ninguém é. Os agricultores têm o mau hábito de não se esforçar muito quando não são os donos das terras que cultivam. Além disso, a Gos­plan não previa com boa precisão a demanda pelos produtos que ela forçava os trabalhadores a produzir.

A experiência soviética, assim como as da República Popular da China, Cuba, Coreia do Norte e Camboja, mostrou que a esperada “ditadura do proletariado” na verdade sempre significou a ditadura tirânica de líderes do partido sobre as massas. Jamais houve uma única história de sucesso no mundo real sob a bandeira comunista. O poder estatal é absoluto, o poder governamental é arbitrário e as liberdades humanas mais elementares são negadas ao cidadão comum.

E o que é pior, o número de mortes infligido pelos regimes comu­nistas totalitários e autoritários foi inacreditável. “Medida da perspectiva dos padrões básicos como o respeito à vida humana e à liberdade pes­soal, a nossa época tem sido a mais bárbara na história do planeta. Mais de cem milhões de pessoas foram exterminadas por poderes totalitá­rios, com outros milhões de pessoas presas em campos de trabalho escravo ou submetidas a outros tipos de repressão organizada”.[40]

Jay W. Richards relata em algumas páginas as terríveis crueldades impostas sob o comunismo na União Soviética de Vladimir Lenin e Josef Stalin, na China sob Mao Tse-tung e no Camboja sob Pol Pot.[41] Em seguida, ele resume como os regimes comunistas mataram 85 a 100 milhões de indivíduos de sua própria população no século 20:

China = 65 milhões
URSS = 20 milhões
Coreia do Norte = 2 milhões
Camboja = 2 milhões
Países africanos = 1,7 milhão
Afeganistão = 1,5 milhão
Vietnã = 1 milhão
Países do Leste europeu = 1 milhão
Países latino-americanos = 150 mil
O movimento comunista internacional = cerca de 10 mil [42]

E o socialismo? Uma vez que o elemento econômico essencial da posse governamental dos meios de produção é o mesmo, o socia­lismo pleno enfrenta os mesmos obstáculos que o comunismo: falta de incentivos suficientes, perda de produtividade humana, perda da propriedade privada de empresas e uma correspondente perda de liberdades humanas e econômicas para assegurar produtividade. Em vez de os consumidores decidirem livremente quais produtos são melhores e quais devem ser produzidos, são os burocratas do governo que tomam todas essas decisões. O socialismo, portanto, reduz a liber­dade humana, a escolha e a oportunidade de superação. Não importa o plano, ele não funcionou nem poderá funcionar.


O filósofo político Michael Novak critica esses “-ismos” destruti­vos no seu livro de referência The spirit of democratic capitalism:

O socialismo foi desde o início uma força mitológica. Os socialistas ado­taram a bandeira vermelha como um artifício de simplificação dramática, deliberadamente contrastando sua cor única (inicialmente negra e depois, vermelha) com o tricolor convencional das revoluções democráticas exis­tentes. Eles desejavam representar uma simples ideia universal transcen­dendo qualquer nação. A cor vermelha brilhava ameaçadoramente à luz das tochas, observou Victor Hugo, simbolizando fogo, perigo, luta e uma universalidade de sangue compartilhado.[43]

O fracasso total, tanto da União Soviética como da China, em fazer o comunismo funcionar forçou os defensores do marxismo-leninismo a recorrer à ideia não provada de que o comunismo ainda é “inevitá­vel” e que seu sonho utópico algum dia haverá de se realizar. Entre­tanto, um século de promessas que resultaram somente em horrível desumanização e fracassos econômicos nos leva a concluir que uma economia baseada no socialismo ou no comunismo jamais poderá levar um país da pobreza para a prosperidade.


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Notas:
[32] Friedrich Engels, prefácio à edição alemã de 1883 de Karl Marx e Friedrich Engels, The communist manifesto, in: Robert C. Tucker, org., The Marx-Engels reader (New York: W. W. Norton, 1972), p. 334.
[33] Karl Marx, “The critique of capitalism”, in: ibidem, p. 232-49.
[34] Veja Karl Marx, Das Kapital: a critique of political economy (Washington: Regnery, 2000), partes 1—2 [edição em português: O capital: crítica da economia política (Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014)].
[35] Ibidem, p. 355.
[36] As revoluções comunistas jamais ocorreram onde Marx afirmava que ocor­reriam, nas economias capitalistas desenvolvidas. Elas ocorreram somente em eco­nomias essencialmente subdesenvolvidas (Rússia, China, Cuba, Coreia do Norte e algumas nações africanas). A suposição de Marx de que os empregadores (a burgue­sia) e os operários (o proletariado) eram inimigos, era falsa, uma vez que nas econo­mias modernas desenvolvidas eles geralmente trabalham juntos para o bem comum das companhias.
[37] Karl Marx, Critique of the Gotha program (Rockville: Wildside Press, 2008), p. 27 [edição em português: Crítica do programa de Gotha (São Paulo: Boitempo, 2012)].
[38] Karl Marx; Friedrich Engels, The communist manifesto (New York: Monthly Review Press, 1968), p. 27 [edição em português: Manifesto comunista (São Paulo: Hedra, 2010)].
[39] John Locke, Concerning civil government, in: Robert Maynard Hutchins; Mortimer
[40] Evan M. Stanton, The theme is freedom: religion, politics, and the American tradition (Washington: Regnery, 1994), p. 5.
[41] Veja Jay W. Richards, Money, greed, and God: why capitalism is the solution and not the problem (New York: HarperOne, 2009), p. 11-9.
[42] Ibidem, p. 21; Richards cita essas estatísticas extraídas de The black book of com­munism (Cambridge: Harvard University Press, 1999), p. 4.
[43] Michael Novak, The spirit of democratic capitalism (New York: Simon and Schuster, 1982), p. 319, citando James H. Billington, Fire in the minds of men (New York: Basic Books, 1980), p. 203-4 [edição em português: O espírito do capitalismo democrático (Rio de Janeiro: Nórdica, 1982)].

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Autor: Wayne Grudem e Barry Asmus
Fonte: A pobreza das nações – Uma solução sustentável. Vida Nova: São Paulo, 2016, capítulo 3, p. 128-134. 
Via: Tuporém, sob o título original: Sistemas errados: sistemas econômicos que não levaram à prosperidade – Socialismo e Comunismo.

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