A situação das igrejas hoje (parte 1)

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Por: Leandro Antonio de Lima

O mundo moderno é um mundo cansado. As pessoas estão cansadas da escravidão do trabalho, da opressão dos poderosos, da futilidade das filosofias que apenas justificam o poder dos mais fortes, da hipocrisia das religiões que avidamente buscam adoradores e contribuintes, mas nada têm a oferecer de alentador para as pessoas. Hoje, o mundo está cansado das promessas não cumpridas da ciência e da filosofia humanista, está cansado da superficialidade e da hipocrisia de igrejas e pregadores que querem encher seus templos e conseguir associados; cansado da pesada rotina da modernidade que exige do homem muito mais do que pode oferecer. As pessoas se cansaram de esperar o “novo mundo maravilhoso” da ciência e do marxismo, e também de esperar o reino do amor e da justiça social das diversas teologias. Falta ao mundo uma verdadeira mensagem de esperança. Por isso, talvez, só reste ao mundo se lançar em aventuras degenerativas, nos vícios, nas loucuras e na admiração de ídolos vazios.

Quando olhamos para a igreja dos nossos dias, não há como não ficar assombrado. Ela parece ter perdido a sua mensagem. Ela está fazendo pouca diferença em nossa sociedade. Isso acontece tanto no catolicismo, quanto no protestantismo.

O catolicismo continua apegado aos seus dogmas e tradições, na sua maioria não baseados na bíblia, e mantém sua imensa e medieval estrutura mundial à custa da apatia religiosa e do tradicionalismo confortável de gerações. Algumas pregações católicas isoladas a respeito de desigualdade social até se tentaram fazer ouvir, bem como alguns ventos de mudança na área da espiritualidade, mas de forma geral, o catolicismo é o mesmo de séculos passados, ou seja, uma religião de tradição, e de quase nenhuma influência na vida prática das pessoas. O catolicismo é uma religião agonizante e sem mensagem para o mundo.

A situação do protestantismo histórico não é muito melhor. Há dois tipos de protestantismo histórico. Há o protestantismo de inclinação liberal e o protestantismo conservador (Deixamos de lado as seitas protestantes). O liberal foi influenciado pelo liberalismo teológico (e sua continuação). Ele não dá muito valor à Bíblia e não a reconhece como “Palavra de Deus” infalível e inerrante. A Bíblia não é o lugar aonde esse tipo de protestantismo vai buscar a sua mensagem. Este tipo de protestantismo procura estabelecer uma religião conectada com a sociedade e baseada em conduta ética. Geralmente é bastante liberal no que diz respeito a costumes e moralidade. Baseia sua religião genericamente no mandamento do amor ao próximo e não se preocupa muito com evangelização, pois na verdade não vê o cristianismo como muito superior às outras religiões, e até pensa que evangelizar é desrespeitar o próximo. Este tipo de protestantismo influencia menos o mundo do que a própria igreja católica, basta ver que as igrejas protestantes influenciadas pelo liberalismo estão vazias em todo o mundo. Ultimamente, pastores anglicanos estão desejando retornar ao catolicismo porque o acham mais conservador em termos de moralidade! Esse protestantismo, a exemplo do catolicismo, não tem mensagem.

Já o protestantismo conservador, das igrejas tradicionais, contra tudo e contra todos, heroicamente sustenta a concepção da Bíblia como “Palavra de Deus” infalível e inerrante, e consegue razoavelmente sustentar as doutrinas bíblicas essenciais. A Bíblia é o lugar aonde esse protestantismo deseja buscar sua mensagem, mas seu problema é que, muitas vezes, em seu tradicionalismo exagerado, aprisiona a mensagem dentro da camisa de força das instituições e tem dificuldades em comunicar a Palavra de Deus para o mundo, permanecendo fechado, com um número mais ou menos fixo ou cada vez menor de fiéis. Este protestantismo não perdeu a mensagem da igreja, mas a maioria de seus membros não tem vontade de compartilhar esta mensagem com outras pessoas, ou o faz de forma bastante tímida. O protestantismo histórico conseguiu guardar a mensagem, mas as vezes parece que a guardou tão bem que não consegue mais achar.

O protestantismo carismático por sua vez não tem dificuldade de se comunicar com o mundo. Seus membros não hesitam em falar a respeito de sua fé. Há dois tipos de protestantismo carismático: o pentecostal e o neopentecostal. O protestantismo pentecostal começou com sua ênfase no dom de línguas e revelação. Ele sustenta a autoridade da Escritura, mas sua hermenêutica é bastante irregular, pois cada um interpreta de acordo com a “revelação” do Espírito. Freqüentemente este protestantismo se apega a usos e costumes, e apesar de muitas denominações estarem se abrindo um pouco, ainda são bastante fechadas e vistas pelo mundo como igrejas de pessoas de pouca instrução. A mensagem desse protestantismo não consegue alcançar realmente o mundo. Já o protestantismo neopentecostal revolucionou a maneira de ser igreja nos últimos anos. É o protestantismo da mídia. Neste protestantismo o apego à Escritura é praticamente uma fachada. O que rege o funcionamento da igreja é o Marketing. A ênfase da pregação e do louvor concentra-se na busca por sinais e maravilhas e prosperidade material. As igrejas neopentecostais estão cheias, mas é questionável o quanto da verdadeira mensagem da igreja é proclamada ali. Podemos dizer que esse protestantismo tem uma mensagem, mas é uma mensagem distorcida da Bíblia.

Percebemos, portanto que a relevância da igreja perante o mundo depende de duas coisas: da integridade da mensagem e da disposição de viver e proclamar esta mensagem. Mas qual é o caminho para que a Igreja volte a ter uma mensagem relevante para o mundo? Você pode deixar aqui sua opinião.

Fonte: [ Igreja Presbiteriana de Stº. Amaro-SP ]

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1 comentários:

Esta é a Realidade dos nossos dias Atuais,devemos esta atento com os falsos Mestres!!

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