O que é ser Evangélico?

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Por André R. Fonseca

Quando Paulo Romeiro escreveu Evangélicos em crise em meados da década de 1990, havia apenas abordado um dos muitos modos pelos quais o evangelicalismo entrara em colapso no Brasil: sua incapacidade de deter a proliferação de teologias oriundas de uma visão pragmática e mercantilista de igreja, no caso, a teologia da prosperidade. Fica cada vez mais evidente que os evangélicos se encontram, hoje, em meio a uma crise muito maior, a começar pela dificuldade - para não falar da impossibilidade - de ao menos se definir o que é ser evangélico.

Ate pouco tempo, "evangélico" indicava vagamente aqueles protestantes de todas as denominações - presbiterianos, batistas, metodistas, anglicanos, luteranos e pentecostais, entre outros - que detinham pelo menos três características: consideravam a Bíblia como Palavra de Deus, autoritativa e infalível; eram conservadores no culto e nos padrões morais; cultivavam uma visão missionária.

Hoje, no Brasil, o termo não abrange mais tais itens, mas tem sido usado para se referir a todos os que, no âmbito do cristianismo não são católicos romanos: protestantes históricos, pentecostais, neopentecostais, igrejas emergentes, comunidades dos mais variados tipos etc. Os evangélicos tem tido dificuldade para escolher uma única palavra que os defina, já que "evangélico" praticamente perdeu seu sentido original.

Quando, para nos identificarmos, precisamos pedir licença para tecer longas explicações e depois temos de lançar mão de três ou quatro atributos, isto é sinal de que a coisa está realmente feia. "Cristão" inclui católicos e espiritas. "Protestante" inclui; também liberais, "Reformado" inclui várias linhas e é titulo predileto dos liberais dentro das igrejas históricas. "Evangélico" é amplo demais e é preferido dos neopentecostais e da mídia. Só mesmo usando mais de um adjetivo!

Extraído: O que estão fazendo com a igreja?
Augustus Nicodemus / Editora Mundo Cristão, pp. 19 - 20

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