O apologista e suas características

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Por Robson T. Fernandes


A apologética, arte de se defender a fé, não é uma ferramenta exclusiva daquele que deseja desenvolver um ministério voltado para a defesa da fé. Não! A apologética é uma obrigação de todo crente que professa uma fé genuína em Jesus Cristo.

Podemos entender, biblicamente, essa afirmação ao entendermos que o próprio Jesus Cristo foi um apologista, ao defender a fé contra as hipocrisias dos fariseus e de sua falsa religiosidade. Os apóstolos foram apologistas, ao defenderem a fé contra as investidas dos judaizantes, dos agnósticos, dos falsos profetas, de falsos irmãos e de falsas doutrinas. A igreja primitiva praticou a apologética ao defender-se da frouxidão moral e dos ataques que sofreu quando agrediram a doutrina da trindade, da divindade de Cristo, da salvação pela fé, da inspiração bíblica, da personalidade e divindade do Espírito Santo e do real sentido da comunhão dos santos.

Foi a apologética que militou na frente de batalha todas as vezes que a fé cristã foi atacada. No início da Igreja, o primeiro mártir, Estevão, dá um verdadeiro exemplo de como se fazer apologética. No texto de Atos capítulo 7 encontramos o discurso de Estevão, cheio de preciosas informações para as nossas vidas cristãs e para a tão necessária, importante e estimada vida apologética.

No versículo 2, Estevão começa demonstrando a importância de se conhecer bem a história, pois ele começa citando fatos históricos principiados com Abraão. O conhecimento histórico é vasto em todo o discurso de Estevão.

No versículo 3, encontramos a necessidade de conhecimento bíblico. Tanto o conhecimento teológico como a memorização de passagens bíblicas. Aqui Estevão começa a citar passagens bíblicas de memória, no seu devido contexto e com a aplicação e entendimentos teológicos corretos.

No versículo 22, é destacado o fato de Moisés ter sido instruído em toda ciência dos egípcios. Acredito que todo conhecimento é proveitoso se for usado da maneira certa e com o propósito certo, por isso, talvez, Estevão tenha salientado em seu discurso esse fato que julgou importante.

Nos versículos 39 até 41, destaca-se a importância da fidelidade para com Deus. Aqui entendemos que o coração daquele povo estava voltado para a velha vida, e não havia esperança na nova vida futura. Faltava caráter, pois caráter é aquilo que somos quando ninguém está vendo. Bastou Moisés dar as costas que o povo voltou à idolatria.

Nos versículos 48 até 50, entendemos que a comunhão verdadeira com Deus não está limitada a quatro paredes, mas a uma vida de continuidade espiritual embasada no reconhecimento da soberania de Deus.

Nos versículos 51 até 53, Estevão conduz os ouvintes à contextualização da mensagem, isto é, depois de todas as informações trazidas seria necessário aplicar tal mensagem em suas vidas, porém não estavam fazendo isso.

De volta ao versículo 51, a coragem é demonstrada, mesmo diante do perigo de vida os judeus são confrontados com a afirmação de que possuíam dureza de coração e insensibilidade para com o Espírito Santo.

No versículo 55, encontramos a afirmação chave do sucesso da vida de Estevão: a plenitude do Espírito Santo. Estevão não apenas tinha o conhecimento, mas tinha em sua vida a prática do conhecimento. Ele tinha vida. Ele era capaz de dar a própria vida pela sua fé, e assim o fez.

Por último, nos versículos 59 e 60 Estevão demonstra a verdadeira convicção de sua crença ao voltar sua preocupação para Cristo e a realidade eterna do céu, e na suposta realidade passageira de seu temporário martírio. Ele morre apedrejado, mas morre suplicando que Deus perdoe os seus atrozes executores.

Com tudo isso, e muito mais que não foi citado, podemos entender a importância da apologética e a necessidade de crentes que tenham essa visão, em meio a uma sociedade de borbulha de atrozes executores de crentes genuínos.

O evangelho no século XXI necessita de crentes que possuam o conhecimento histórico correto, o conhecimento bíblico genuíno e consistente, que valorizem o estudo, deem importância a fidelidade e comunhão com Deus, que saibam contextualizar o ensino bíblico adequadamente, que tenham coragem, que possuam a plenitude do Espírito Santo e tenham segurança e confiança através de uma vida vivida pela fé.

Mesmo que ninguém queira ser esse crente, que nós o sejamos.

Fonte: NAPEC
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