O estado intermediário dos mortos ímpios

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Por Anthony Hoekema

O Novo Testamento diz bem pouco acerca da condição dos ímpios entre a morte e a ressurreição, uma vez que sua preocupação principal é com o futuro do povo de Deus. Conforme vimos, a parábola do homem rico e Lázaro retrata o homem rico sofrendo tormentos no Hades após a morte. Talvez, a passagem mais clara do Novo Testamento, que trata da condição do ímpio morto durante o estado intermediário, seja a de 2 Pedro 2.9: “O Senhor sabe como livrar os homem justos de provações e como reservar os injustos para o dia do juízo, enquanto continua sua punição” (NIV). Pedro vem expondo a severidade do julgamento divino sobre os anjos que pecaram, sobre o mundo antigo e sobre Sodoma e Gomorra. De acordo com o verso 4, Deus lança os anjos que pecaram no inferno (no grego, Tartarys), para serem guardados até o julgamento. No verso 9, Pedro está falando acerca dos homens injustos. A estes, diz ele, Deus sabe como guardar ou manter sob punição até o Dia do Juízo - literalmente, enquanto são punidos. A palavra grega utilizada aqui, kolazomenous, é a forma de particípio passivo presente no verbo kolazo, (=punir). O tempo presente do particípio transmite a idéia de que esta punição é contínua (note a tradução da NIV, citada acima). As palavras eis hemeran kriseos (=até o Dia do Juízo), nos revelam que o que é descrito aqui não é o castigo final dos ímpios, mas uma punição que precede o dia do juízo. Além disso, não pode ser sustentado que a punição aqui mencionada seja administrada somente nesta vida atual, uma vez que as palavras “até o dia do juízo” estendem claramente a punição até aquele dia. Esta passagem, portanto, confirma o que aprendemos na parábola do homem rico e Lázaro, e nos revela que os ímpios sofrem punição contínua (cuja natureza não nos é mais amplamente descrita aqui) entre a sua morte e o Dia do Juízo.

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